ASSISTÊNCIA E COMBATE ÀS DOENÇAS, ÀS EPIDEMIAS E À LOUCURA EM TERESINA EM PERÍODOS DE SECA (1860-1920)

MÁRCIA CASTELO BRANCO SANTANA

Co-autores: MÁRCIA CASTELO BRANCO SANTANA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Em termos naturais, a seca é algo presente na paisagem geográfica do Nordeste. No Piauí há registro do fenômeno desde o período colonial e durante o Império houve registros em pelo menos quatro momentos que foram 1825,1845,1860 e 1877. Para o presente trabalho nos interessa pensar como esse fenômeno, principalmente a partir de 1860, impactou sobre algumas das cidades do Piauí e, principalmente, em Teresina de forma assustadora.  Diante de um quadro desordenado houve uma ampliação da miséria que possibilitou o aumento das doenças e epidemias, bem como o aumento de pessoas com doenças mentais. Nessa perspectiva, e a partir das fontes hemerográficas e documentais e do aporte teórico de Cunha (1986), Castel (1978), Foucault (1979), Araújo (1991) e Domingos Neto (1983), refletirmos como a sociedade teresinense agiu no controle da miséria e no combate às doenças e epidemias. Compreendemos que a seca, ao atingir segmentos mais pobres da população, levou a discussão da necessidade de criação de instituições que abrigassem esses grupos formados por mendigos, órfãos, trabalhadores pobres, migrantes e loucos, ocasionando a prática de caridade e o combate à criminalidade. Outra implicação que a seca trouxe foi suscitar uma discussão maior sobre a condição do louco em Teresina, pois o agravamento da condição de miséria de parte da população levou ao aumento do número de doentes mentais e, portanto, a preocupação maior com tais indivíduos em Teresina. Nesse sentido, refletiremos também como a seca impactou sobre o destino que esses doentes teriam no Piauí.