“FÉ NA LIBERDADE PARA DESTRUIR O MONOPÓLIO DO POVO”: O PROCESSO ABOLICIONISTA NAS VILAS DE SÃO BERNARDO DAS RUSSAS, LIMOEIRO E MORADA NOVA (1880-1884)

WANDRESSA LIMA DE OLIVEIRA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Wandressa Lima de Oliveira

Imail: wandressalima@hotmail.com

St: Mundos do Trabalho: Classe, Cultura e Trabalho na História

"FÉ NA LIBERDADE PARA DESTRUIR O MONOPÓLIO DO POVO": O PROCESSO ABOLICIONISTA NAS VILAS DE SÃO BERNARDO DAS RUSSAS, LIMOEIRO E MORADA NOVA (1880-1884)

O presente estudo trata do movimento abolicionista nas vilas de São Bernardo das Russas, Limoeiro e Espírito Santo de Morada Nova, interior da Província do Ceará. Como fonte de pesquisa, utilizamos o jornal Libertador, publicação da Sociedade Cearense Libertadora, cuja finalidade era ativar a emancipação dos escravos da mencionada província.

Por ter o referido jornal como principal fonte documental, o recorte temporal da pesquisa tem a primeira publicação do jornal Libertador, 1° de janeiro de 1881, como marco inicial, e, o fim do regime escravista no Ceará, datado de 25 de março de 1884, como marco final.

Ainda no que se refere às fontes de pesquisa, pretendo analisar algumas edições dos Relatórios dos Presidentes de Província do Ceará, que datam de 1881 a 1884, além do livro História de Morada Nova 1876-1976, do historiador Geraldo da Silva Nobre. Dessa forma, procuramos perceber como as vilas de São Bernardo das Russas, Limoeiro e Espírito Santo de Morada Nova, se constituíam como cenário para o processo abolicionista no Ceará.

É necessário entendermos que esse processo abolicionista não foi algo homogêneo e unificado, pois muitas identidades foram forjadas e inventadas pelos próprios sujeitos envolvidos, a partir de suas percepções políticas. Essa disputa política estava direcionada para dois viés, escravidão e liberdade, desse modo, as identidades presentes nesse movimento variavam de acordo com as medidas que estavam sendo tomadas pelo fim ou permanência da escravidão.

A análise do jornal Libertador também nos permitiu investigar os fundos de emancipação destinados às três vilas, tomadas como lócus espacial da pesquisa, nos quais o dinheiro arrecado pela Sociedade Libertadora Cearense, e por outras instituições, ou até mesmo pelo governo provincial, seria arrecadado para a compra de alforrias dos escravos que residiam nas referidas localidades.

Partindo dessa perspectiva, buscamos analisar as estratégias montada pela Sociedade Cearense Libertadora, que expandia seu discurso sobre o fim do trabalho servil pelas regiões do interior da província, atraindo adeptos para a causa abolicionista e propagando seus ideais de civilização e progresso para se alcançar uma sociedade sem rastros escravistas.