A CIDADE, O PATRIMÔNIO E UM MUSEU

ALEX DA SILVA FARIAS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A história da cidade de Aracati remonta ao período colonial, situada na foz do rio Jaguaribe, desenvolveu atividade portuária, mercantil, produtora e exportadora durante o período das charqueadas. Aracati guarda toda a atmosfera de uma época da história do Ceará, através do seu conjunto arquitetônico urbano e que refletiu o florescimento cultural pelo qual a cidade passou. O estudo da história da cidade serve de meio para analisar as relações entre as transformações urbanas e a criação de um museu fora dos grandes centros urbanos, pois as alterações no modo de vida e espaço urbano também demonstram a formação da cidade. É fazendo releitura sobre o patrimônio histórico e cultural urbano local, a partir do conjunto arquitetônico da cidade de Aracati que levanto questões não apenas sobre como a representação da narrativa da história da cidade foi constituída, apropriada e reproduzida por sua instituição de preservação da memória local, mais principalmente perceber perspectivas diferentes nas alterações das práticas culturais no cotidiano da cidade. Tais indagações ajudam a compreender a influencia do pensamento dos sujeitos e das instituições na construção ou produção de valores e práticas culturais em um determinado contexto durante a fundação de sua instituição de perpetuação da história local. O presente trabalho levanta um debate que aborda os campos de investigação orientados para aplicações teórico-metodológicas da memória coletiva e do patrimônio cultural. O objeto é a memória dos sujeitos durante a criação do Instituto do Museu Jaguaribano, este museu de e da cidade, nascido do interesse de uma aristocracia intelectual local, empenhada no enaltecimento da história da cidade e em preservar os bens históricos e culturais da região. Que por um lado tanto produziu e determinou a representação da história da cidade, como alterou o modo de se agir e pensar o patrimônio histórico e cultural de e no município. A metodologia usada vai além da analise discursiva da narrativa da história local, estabelecendo um diálogo entre as fontes escritas, sobre a criação do Museu Jaguaribano no período de 1965 a 1985, data do recorte aqui proposto, e das fontes orais, através da perspectiva de integrantes e excluídos da esfera cultural local.