“COM VANDALISMO”: AS MEMÓRIAS SOCIALMENTE COMPARTILHADAS DAS JORNADAS DE JUNHO DE 2013 NA CIDADE DE FORTALEZA/CE

LARISSA KETLIN SOUZA DE ARAÚJO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O resumo é parte de nossas investigações desenvolvidas para a escrita de nossa monografia no 
Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades da Unilab - Universidade da Integração 
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Objetivamos realizar um estudo de caso 
analítico/descritivo de abordagem qualitativa, sobre o documentário "Com Vandalismo". 
Especificamente, analisar, dialeticamente, as contradições discursivas evidenciadas pelas 
mídias sobre o fenômeno das jornadas de junho de 2013 na cidade de Fortaleza/CE, nesse 
sentido de forma comparativa a análise foi também pautada em entrevistas realizadas com 
alguns dos manifestantes para uso de estudo da história oral. Para tanto, metodologicamente, a 
pesquisa tem sido inspirada pelo cruzamento interdisciplinar da História, da Sociologia e da 
Psicologia. O documentário ainda hoje tem repercussão pelo site Youtube e contém as 
narrativas dos manifestantes filmadas durante as manifestações. Evidenciam não só as ações 
dos manifestantes como também os atos violentos dos policiais. No início do documentário 
narra-se que "as manifestações tiveram diferentes motivos e resultados, o ponto em comum a 
separação entre pacíficos e vândalos, divisão propagada pela imprensa e governantes". 
Vândalos, segundo as mídias oficiais "são marginais sem motivações políticas, que depredam 
bancos, patrimônio público, carros e veículos de comunicação e atacam a polícia com o 
simples objetivo de estabelecer o caos, resolvemos acompanhar de perto os conflitos e os 
chamados vândalos." No documentário, percebe-se nos discursos dos manifestantes opiniões 
contraditórias sobre como se deve manifestar e sobre o que seria vandalismo, como ainda hoje 
essas opiniões se dividem. Alguns manifestantes falavam que "vandalismo era a fome, a 
repressão policial, a corrupção e o descaso com a população da parte do governo". No 
documentário, temos ainda que no decorrer das manifestações "os vândalos algumas vezes 
também agiam como pacifistas, assim como os pacifistas começaram a agir como vândalos". 
Neste sentido, nos interessa debater a disputa de memória ali presente, ou seja, quais as 
"memórias socialmente compartilhadas" (PORTELLI, 1997, p. 16), das jornadas de junho de 
2013 na cidade de Fortaleza/CE.