Este trabalho se propõe a fazer uma análise sobre o modo como um intelectual cearense teve acesso às teorias científicas de cunho racial, provenientes da Europa Ocidental durante o século XIX, as quais se tornaram alvo de discussão nas principais instituições de ensino superior do Brasil, principalmente, na segunda metade do século. Levando-se em consideração que Rodolfo Teófilo ao estudar na Faculdade de Medicina da Bahia na década de 1870, estava engajado em tais discussões, sendo um exímio representante da "Geração de 70". Destarte, este trabalho se propõe a perceber como esse intelectual se apropriou de tais teorias, fazendo-lhe uma releitura através de filtros específicos, já que essas idéias não foram assimiladas de modo imitativo. E desse modo, se pretende compreender como ele foi capaz de relacionar tal aporte teórico ao estilo naturalista de produção literária, através da obra A fome, e representar os sertanejos retirantes.