O ÓLEO DE CHAULMOOGRA NA COLÔNIA ANTÔNIO DIOGO: DISCURSOS E PRÁTICAS MÉDICAS NO TRATO COM A LEPRA (1928-1947).

FRANCISCA GABRIELA BANDEIRA PINHEIRO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A lepra foi uma doença que atingiu o Ceará com mais intensidade no início do século XX, mas precisamente a partir dos anos 20. Devido à teoria contagionista ser mais difundida entre os médicos cearenses, se fez necessário a construção de um leprosário para abrigo dos doentes de lepra no estado, posto que estes eram considerados um perigo para a população sã. Dessa forma, foi inaugurado em 1928 o leprosário de Canafístula, posteriormente renomeado para Colônia Antônio Diogo. Uma parte dos doentes cearenses passou a viver naquela instituição, onde forem submetidos a tratamentos ainda ineficazes, segundo a concepção médica, pois não se tinham avanços significativos que pudessem levar a cura da enfermidade. O óleo de chaulmoogra foi o principal medicamento utilizado na referida instituição, profundamente recomendado pelos médicos cearenses, embora os mesmos divergiam quanto a sua real eficácia no tratamento da lepra. Porém, mesmo assim, ele continuou a ser utilizado na colônia até o advento das sulfonas, já na década de 40. Dessa forma, busca-se nesse trabalho analisar o uso do óleo de chaulmoogra na colônia Antônio Diogo no período de 1928 a 1947, destacando os limites da sua ação bem como até que ponto os discursos médicos legitimavam o seu uso no âmbito da instituição, utilizando como fontes os artigos da revista Ceará Médico e os prontuários médicos da colônia.