O projeto de pesquisa aqui proposto pretende compreender a influência norte-americana no vestuário feminino fortalezense e a transgressão de preceitos socialmente aceitos proporcionados por tal influência no período que se estende de 1937 a 1949. Essa influência norte-americana ganhou destaque a partir da Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) e permitiu o posicionamento dos Estados Unidos como grande potência mundial, tornando possível que vários de seus aspectos culturais atingissem muitos países, principalmente a América Latina. A partir da política da Boa Vizinhança implementada por Franklin D. Roosevelt, os Estados Unidos, em troca de benefícios econômicos, ganhou apoio de muitos países latino americanos, incluindo o Brasil. Dessa forma, a influência norte-americana foi ganhando mais espaço e o Brasil foi se tornando um grande parceiro e importador dos produtos industrializados como também da cultura estadunidense, incluindo nesse momento, a moda e o seu arquétipo: o vestuário. Dessa forma, durante o final da década de 30, que a moda passará pelo início de um momento de transição entre uma influência ligada a alta costura francesa para uma moda produzida em série e que se torna industrializada, como ocorre com a entrada os Estados Unidos como grande potência Mundial. À essa mudança no aspecto do vestuário, podemos perceber que as jovens mulheres da classe média, que eram o grupo cujo poder aquisitivo permitia o consumo de produtos industrializados e um maior contato com os elementos norte-americanos, também mudavam certos aspectos no seu comportamento, o que proporcionou a transgressão de certas normas socialmente aceitas pela parcela conservadora da sociedade fortalezense, sendo, as infratoras, alvos de críticas por parte dos setores mais tradicionalistas àquela época.