A (RE) INVENÇÃO DA CANTORIA NA(S) CIDADES-MUNDO DO NORDESTE BRASILEIRO: O PAPEL DOS JOVENS CANTADORES ENTRE A TRADIÇÃO E MODERNIDADE

FRANCISCO J G DAMASCENO

Co-autores: BLENA CÂNDIDO FREIRE
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

No Brasil, com a migração das populações de lugarejos e pequenas vilas para as cidades de médio e grande porte culturas tradicionais (como a cantoria e seus artífices, os cantadores) se estabeleceram nas cidades iniciando um processo de apropriação e recriação destes espaços em seus mais significativos âmbitos, sobretudo em apropriações, ressignificações e traduções  que nos colocam no campo do entendimento da produção desta arte de forma singular e própria, sobretudo a partir da segunda metade do século XX (DAMASCENO, 2012).

Na atualidade, esta arte e seus sujeitos têm se reinventado de forma constante, produzindo interferências na(s) cidade(s), a partir de uma série de artifícios que tenho chamado de artimanhas (Idem), de forma a se inserem nos espaços urbanos se apropriando de mecanismos que vão desde as expressões da cultura de massas (tais como rádios, mídias diversas tais como vinis, cd's, apresentações, meios virtuais, e etc.) e que os colocam como legítimos representantes desta cultura "tradicional" representante dos povos dos sertões e ao mesmo tempo como representantes das culturas urbanas, dado que estes jovens cantadores nascidos nas cidades estão nas fronteiras entre o tradicional e o moderno, pelos usos dos recursos típicos das culturas urbanas, como das regras da estrutura poética e musical caras á sua tradição.

É a partir de entrevistas, da pesquisa documental a fontes diversas, algumas mais "tradicionais" tais como jornais, revistas, escritos, outras mais recentes e com as quais os desafios são pouco conhecidos pelo historiador, tais como sites e redes sociais, que incidimos sobre jovens cantadores no sentido de perceber suas formas de estar no mundo, que são focadas a partir das noções de tradução e apropriação, revelando práticas da poética popular no último quartel do século XX e início deste século XXI.