EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS EM OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES

SARA DE SOUSA RODRIGUES

Co-autores: ANA CLÁUDIA DE SOUZA LEITE, GABRIELLE LEMOS OLIVEIRA RODRIGUES, SUELLEN SILVA VAZ e THAIS EVELINE MAIA COSTA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

RESUMO:  A Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos chamada comumente de OVACE tem sido alarmante problema de saúde pública, requerendo da formação dos enfermeiros(as) abordagens curriculares. Diante disto, esta pesquisa teve como objetivo analisar os saberes e práticas científicas dos enfermeiros sobre este assunto encontrados na literatura científica. Para tal, realizou-se revisão de literatura do tipo integrativa, tendo incluído artigos e excluído teses e reflexões durante os últimos cinco anos. O material empírico encontrado foi organizado e tratado qualitativamente em três categorias analíticas e discutido segundo literatura pertinente ao tema. Encontrou-se na primeira categoria "Condutas de Enfermagem no OVACE pediátrico" e na segunda "Educação em Saúde para OVACE" que os artigos científicos encontrados aportam correlações entre a teoria e a prática necessárias, oferecendo diretrizes para melhor abordagem na formação curricular do(a) enfermeiro(a). Concluiu-se que as categorias estão interrelacionadas e apontam para necessidade de espaço dialógico e co-participativo da população, principalmente de mães que aleitam, pais, escolares, crianças e adolescentes com profissionais de saúde enfermeiros(as) para a prevenção de risco e agravos à saúde em caso de OVACE. Isto implica na inclusão de conteúdo teórico calcado nas diretrizes científicas nacionais e internacionais na formação do enfermeiro(a) atreladas a ações de extensão.

 

INTRODUÇÃO:

A Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos, chamada comumente de OVACE refere-se a toda situação que pode afetar a ventilação de maneira parcial ou total, deixando a vítima sujeita a asfixia e até morte. A conduta utilizada depende do nível de consciência da vítima. Ela pode ser prevenida e reconhecida de maneira simples. As situações que impedem o trânsito do ar até os alvéolos pulmonares deixam a vítima exposta a possível asfixia e morte consequente. As vítimas em emergência mais frequente são crianças. O Sistema de Informações Hospitalares informa que somente no ano de 2012 foram realizados mais de 1,2 milhões de atendimentos pediátricos que tiveram o trauma como principal causa. Neste panorama, o trauma de face possibilita a presença de fragmentos e/ou porções de ossos na cavidade oral. Diante desta problemática, esta população atingida de crianças soma-se a outras tantas vítimas de engasgos alimentares e/ou outros corpos estranhos, urge que os saberes e práticas do enfermeiro(a) em urgências e emergências pediátricas possam trazem conhecimentos empíricos e científicos capazes de trazer a melhorias dos indicadores de saúde específicos à esta população.

OBJETIVO: Analisar os saberes e práticas científicas dos enfermeiros sobre OVACE pediátrico encontrados na literatura científica.

METODOLOGIA: Estudo de revisão integrativa da literatura científica, tendo como questão norteadora: quais os saberes e práticas científicas dos enfermeiros(as) sobre OVACE pediátrico encontrados em bases científicas de dados: SciELO e LILACS. Os descritores utilizados para a busca textual foram: obstrução de vias áreas por corpo estranho, OVACE, enfermeiro(a), urgência, emergência, pediatria. Incluíram-se artigos de revistas nacionais, encontrados a partir da busca com os referidos descritores nas bases elencadas durante os últimos cinco anos e excluíram-se artigos sem possibilidade de acesso na íntegra, teses, reflexões e outros. A amostra foi composta de trinta e nove artigos de periódicos científicos dos últimos cinco anos (2011 à 2015). Após acesso textual, procedeu-se a leitura exaustiva dos artigos para organização e tratamento qualitativo do material empírico. Foi possível a formulação de duas categorias analíticas para entendimento de suposições sobre o tema em questão e discussão com literatura pertinente.

 

RESULTADOS: Encontrou-se na primeira categoria "Condutas de Enfermagem no OVACE pediátrico" e na segunda "Educação em Saúde para OVACE" que os artigos científicos aportam correlações entre a teoria e a prática em enfermagem em urgência, oferecendo diretrizes para melhor abordagem na formação curricular do(a) enfermeiro(a). Na primeira categoria, percebeu-se que os enfermeiros desenvolviam estudos direcionados para condutas de enfermagem à vítimas "bebês", "criança> 1 ano consciente com obstrução parcial" e "criança acima de 1 ano consciente com obstrução total" e criança acima de um ano inconsciente com obstrução total. Estas evidências seguem o protocolo de atendimento de emergência em caso de OVACE preconizado pela Política Nacional de Urgência com apoio na ciência em saúde. Na segunda categoria, o processo de educação em saúde ganha ênfase e traz o engasgo como evento que acomete crianças abaixo de 3 a 5 anos. Por esta razão os adultos responsáveis por crianças nesta faixa etária devem estar atentos a brinquedos muito pequenos, balões, pequenos objetos (como moedas) e certas comidas (como cachorro-quente, balas redondas, nozes, castanhas, uvas, sementes e pipocas). E devem se preocupar em estar bem informados sobre como devem agir em casos de obstrução de vias aéreas superiores pediátricas com esses materiais. Além disto, estudiosos enfermeiros(as) em ensino de urgência à escolares propõem educação da população quanto a prevenção de engasgos e agravos à saúde, principalmente de crianças e adolescentes. Deve-se acrescentar à essa população alvo, mães em período pré-natal e puerpério, bem como genitores, babás e professores e gestores de escolas. Assim, os saberes e práticas calcados na realidade da necessidades da população com ações de extensão devem estar presentes na formação do enfermeiro(a) desde a graduação.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que o cuidado preventivo de OVACE deve ter como público alvo os escolares crianças e adolescentes, as mães no pré-natal e em aleitamento, a população leiga por meio de estratégias de educação desenvolvidas com a comunidade na tentativa de modificar a realidade estatística negativa apontada pelos estudos. Isto inclui colocar esse público como protagonistas dos primeiros cuidados, sensibilizando-os pelo impulso solidário após processo de ensino e aprendizagem sobre como antecipar situações de risco, por meio da adoção de medidas simples, mas eficientes. Desse modo, na formação do enfermeiro(a) deve-se incluir, também, diretrizes educativas em urgência e emergência que contemplem ações junto com a população alvo do cuidado específico.

REFERÊNCIAS: MOTA, L. L., ANDRADE, S.R. Temas de atenção pré-hospitalar para a informação de escolares: a perspectiva dos profissionais do SAMU. Texto contexto - enferm. vol.24 no.1 Florianópolis Jan./Mar. 2015.