Alguns historiadores que analisam o movimento político-militar que, em 1964, destituiu o presidente João Goulart e deu início a um período de ditadura militar no Brasil (1964-1985) vêm realizando, desde a década de 1990, interpretações que divergem das análises críticas sobre o Golpe. Este artigo propõe-se a discutir alguns dos principais argumentos revisionistas, relacionando-os com as teses clássicas da historiografia crítica sobre o tema. Situando-o dentro do movimento revisionista, analiso, mais detidamente, o livro Ditadura à brasileira, de Marco A. Villa (2014). A partir de leituras que compõem a historiografia crítica ao Regime Militar, bem como de textos que se opõem às teses revisionistas, procuro demonstrar como há fragilidades teóricas, empíricas e implicações ideológicas e políticas reacionárias que permeiam o revisionismo.