A CÂMARA DOS VEREADORES DE QUIXADÁ E O GOLPE CIVIL-MILITAR: UMA ABORDAGEM AUSENTE (1964)

DANILO VIEIRA COELHO

Co-autores: FLÁVIO DA CONCEIÇÃO e DANILO VIEIRA COELHO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O presente trabalho é parte de uma pesquisa em andamento cujo objetivo é fazer levantamentos nas Atas da Câmara Municipal de Quixadá e entrevistas com os vereadores da época, intencionando perceber o posicionamento dos vereadores quixadaenses durante o golpe civil-militar de 31 de março de 1964, quando ocorreu a deposição do Presidente João Goulart. Desse modo, procuramos analisar e aprofundar o posicionamento dos vereadores. A pesquisa inicial permitiu notar que não havia uma hegemonia política apoiando a ditadura no município, assim, existiram vereadores taxando o regime como antidemocrático. Tal fato comprovou-se a partir de uma entrevista realizada com o ex-vereador José Lopes Filho, vereador de Quixadá durante sete mandatos entre 1958-1988. Entretanto, existiu na época um silencio entre os vereadores, pois havia o temor de represálias e perseguições políticas. Mesmo que no município quixadaense não se tenha ocorrido cassações aos políticos, como em outros estados, José Lopes Filho afirmou que havia constante receio de expressar a opinião contra o regime vigente. Desse modo, a presente comunicação é uma pesquisa em fase inicial, mas apresenta-se de modo revelador, em razão de ser um período pouco debatido na historiografia cearense e local.