A RECEPÇÃO DE ‘L’ANTISÉMITISME’ NA CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO BRASILEIRA DE GUSTAVO BARROSO (DÉCADA DE 1930)

ANTONIO FERREIRA DE MELO JUNIOR

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

A RECEPÇÃO DE 'L'ANTISÉMITISME' NA CONSTRUÇÃO DA

NAÇÃO BRASILEIRA DE GUSTAVO BARROSO (DÉCADA DE 1930)

 

Antonio Ferreira de Melo Junior

Mestrando em História/Bolsista CAPES/PPGH/UFRN

antoniofdemelojr@yahoo.com.br

Orientador: Dr. Renato Amado Peixoto

PPGH/DEHIS/UFRN

GT 2- (Auto) Biografias, Intelectuais e Lutas Políticas 

Objetivamos discutir neste trabalho os vínculos entre a biografia e os textos políticos antissemitas de Gustavo Dodt Barroso (1888-1959), doravante Barroso, para compreendermos como isso embasou a sua ideia de nação brasileira na década de 1930. Nesse sentido, entendemos esse autor como um 'fascista clerical' em que a visão de mundo católica desempenha forte influência na sua produção intelectual, bem como entendemos ser necessária a apreciação das suas matrizes de pensamento, o estudo da recepção feita por ele de autores católicos e antissemitas, principalmente dos europeus, dado até agora ignorado pela historiografia.

Por esta razão, apresentamos como estudo de caso a obra L'antisémitisme escrita pelo judeu sionista Bernard Lazare em 1894, porque ela mereceu considerável número de citações nos textos de Barroso. Por meio da análise da recepção dessa obra procuramos demonstrar a relação entre catolicismo e antissemitismo na nação forjada pela narrativa de Barroso e como, nesse empreendimento, ele mesmo se identifica enquanto católico, antissemita e brasileiro. Além disso, no esforço de unir a História Política à História da Religião e à História do Espaço Nacional, procuramos dar subsídios para o estudo da forma como este intelectual produz história e pensa a relação entre História e Espaços.

 Apesar de relativamente desconhecido da historiografia, Barroso foi um dos principais intelectuais brasileiros da década de 1930. Nasceu no Ceará, formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1912, fundou e dirigiu o Museu Histórico Nacional, dirigiu a revista Fon-Fon, atuou como ideólogo da Ação Integralista Brasileira e como leitor e tradutor de livros em alemão, espanhol, inglês, francês e latim. É a sua produção integralista que nos interessa neste trabalho, particularmente a sua tradução dos Protocolos dos Sábios de Sião (1936), e também nos debruçamos sobre a primeira edição de L´antisémitisme.

Palavras- chave: Gustavo Barroso, L'antisémitisme, nação brasileira.