NARRATIVAS SOBRE OS PENÚLTIMOS PRATICANTES DO PELOURINHO

CAROLINO MARCELO DE SOUSA BRITO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Proponente: Carolino Marcelo de Sousa Brito

Email: cmsbrito@hotmail.com

Seminário Temático: História Política, História das idéias e Meios de Comunicação

NARRATIVAS SOBRE OS PENÚLTIMOS PRATICANTES DO PELOURINHO

Propomos nesse artigo apresentar duas narrativas construídas sobre os moradores do Pelourinho entre os anos de 1965 e 1985, período do Regime Militar no Brasil. A primeira consiste na narrativa de jornais conservadores da Bahia, que junto ao Governo municipal e estadual contribuíram em homogeneizar a imagem dos moradores do centro antigo, como prostitutas, homossexuais, usuários de drogas, traficantes e vagabundos. Nestes enunciados, estes grupos foram tomados como intrusos neste perímetro urbano valorizado como patrimônio cultural nacional, portanto, um empecilho para as pretensões políticas de Antonio Carlos Magalhães - prefeito e governador biônico da Bahia neste período - em transformar Salvador na principal Cidade Histórica brasileira. Em um segundo momento, analisaremos o olhar do cineasta Miguel Rio Branco sobre o Pelourinho no documentário "Nada levarei quando morrer aqueles que me devem cobrarei no inferno" produzindo em 1981, produzido no entremeio do discurso proferido pelos jornais. Deste modo, buscaremos compreender as similaridades e diferenças desta narrativa e apreensão dos praticantes do Pelourinho frente ao discurso conservador e institucional presente nos jornais conservadores da Bahia.