A IGREJA CATÓLICA E O COMBATE AO COMUNISMO EM SOBRAL (1940-45)

RICARDO LUIZ MARTINS

Co-autores: RICARDO LUIZ MARTINS
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

A IGREJA CATÓLICA E O COMBATE

AO COMUNISMO EM SOBRAL-CE(1941-45).

 

 

Ricardo Luiz Martins

Bolsista PIBIC/CNPq - UVA.

ricardinluiz@hotmail.com

 

Simpósio Temático: 1 -  História Política, História das Ideias e Meios de Comunicação.

 

 

Esta comunicação é parte da pesquisa "Os Comunistas em Sobral", vinculado ao programa de iniciação científica da UVA, que tem por objetivo investigar a presença das ideias comunistas em Sobral e suas repercussões nas demais esferas da sociedade. Nos anos quarenta a Igreja Católica, forte interventora na política, organizou práticas que objetivavam coibir qualquer ideologia que viesse incitar conflitos sociais.  Nessa linha encontrava-se o movimento comunista o qual, constituindo-se na principal ameaça á ordem na cidade, era combatido de forma ferrenha pelo clero local, que por meio da sua imprensa e alguns eventos, buscavam desqualificar e impedir a disseminação dessas idéias na cidade. A pesquisa está sendo desenvolvida a partir da análise do jornal Correio da Semana, um periódico católico que traz informações sobre os eventos político-religiosos que ocorreram na cidade ao longo da década de 1940, e simultaneamente, a leitura da bibliografia sobre o tema que permitem compreender melhor o contexto histórico. A aproximação entre Estado e Igreja durante o governo Vargas, dá a instituição abertura para intervir na organização dos trabalhadores afastando-os da ofensiva comunista, o Círculo Operário São José, é um exemplo disso em Sobral, que conforme nota na imprensa, recebera telegramas de congratulações do ministro do trabalho, Waldemar Falcão. Nos anos de 1944 e 1945 percebe-se uma intensificação da ação da Igreja no combate ao comunismo. Naquele contexto, era evidenciada na região a existência de células do partido na cidade de Camocim e no distrito de Uruoca, conforme historiografia sobre o tema. Um dos eventos que marcaram a ofensiva da Igreja foi a Semana Social da Diocese, evento caracterizado por um cronograma de palestras diárias, realizadas nos estabelecimentos de ensino secundário e em comícios na praça da catedral. Os palestrantes eram padres, professores e intelectuais, que através de um discurso de "esclarecimento" sobre as ideias comunistas objetivavam orientar a população sobre a situação dos países comunistas e sobre as divergências existentes entre comunismo e catolicismo. Temas como "o que é o comunismo", "O Operário na Rússia Soviética", e o "Cristianismo e o Comunismo", eram proferidos nessas palestras cuja ênfase, concentrava-se na classe operária, uma vez que a mesma se apresentava como um dos setores mais vulneráveis ao florescimento de ideias comunistas.