DO DIREITO AO SILÊNCIO AO DIREITO DE FALAR: ALGUMAS REFLEXÕES ACERCA DA EXPERIÊNCIA DOS CAMPONESES TORTURADOS NA GUERRILHA DO ARAGUAIA.

WELLINGTON SAMPAIO DA SILVA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Simpósio Temático: História, memória e oralidade.

O artigo discute algumas questões em torno da experiência dos camponeses que foram torturados durante a chamada Guerrilha do Araguaia (1972-1974), época que o Brasil se encontrava sob a ditadura civil-militar. Nesse período, jovens ligados ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) escolheram a região do Araguaia para fomentar um projeto de resistência aos militares e iniciar uma guerra de guerrilha prolongada nos moldes chineses. A proposta visava à conquista da população local, formada em sua maioria por camponeses, ao projeto revolucionário do socialismo. O movimento acaba sendo descoberto e vencido pelas forças militares que implantaram na região um verdadeiro terror no qual os camponeses tiveram suas vidas transformadas pelas forças do Estado de exceção. Diante desse contexto, o presente artigo propõe algumas reflexões acerca das principais motivações que vem possibilitando a esses camponeses que sofreram a ação da tortura na época, quebrarem o seu silêncio em torno dessa experiência. Diante do silêncio do próprio Estado brasileiro em abrir os arquivos sobre essa guerra, as memórias vem possibilitando aos pesquisadores analisar alguns aspectos desse conflito da história contemporânea de nosso país. Para isso, utilizamos como referência alguns artigos que tratam dos direitos humanos e das questões éticas que envolvem as pesquisas dos historiadores que trabalham com a metodologia da história oral.

 


[1] Doutorando em História Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO - Campus Araguaína).