O CORPO NA IDADE MÉDIA E O DISCURSO OFICIAL DA IGREJA CATÓLICA

MARIA ALEXANDRA MOREIRA RIBEIRO

Co-autores: DIEGO GOMES DA SILVA, LEANDRO DOMINGUES MAIA e FRANCISCO WELLINGTON MOREIRA RIBEIRO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Esse presente trabalho tem por intenção apresentar a pesquisa referente a uma das maiores tensões na Idade Média; a relação entre corpo e alma. De um lado, o corpo é fruto da benção e da glorificação, principalmente religiosa (quando se trata do corpo de Cristo) e, de outro, é "desprezado, condenado, humilhado" pelo pecado da carne. Com o cristianismo houve uma reestruturação nos conceitos e nas práticas corporais e comportamentais.

Assim me proponho analisar os diversos paradoxos do tema corpo. Enfocando os princípios que deram base para formação do imaginário cristão no medievo, princípios esses que podem trazer vertentes do corpo glorificado ou o corpo como fonte de pecado. Alem de Discutir as diversas ramificações do pecado ligadas ao corpo. (Sexo, mulher diabolizada, "homossexualismo", prostituição, heresia, bruxaria e etc).

 A busca de compreensão acerca de como era pensado o corpo dentro de uma lógica de análise do discurso oficial da igreja através do uso da bíblia, fonte, utilizando como método de pesquisa a propositura de interrogações para as fontes para que se possa construir uma inteligibilidade analítica de como o pensamento religioso no século XII pensava o corpo e lhe atribuía diferentes valores ? Qual a relação do corpo com a perspectiva de vida do homem do século XII ? As questões lançadas são embasadas no confecção de um método proposto por Jacques Le Goff  vendo a História não mais como narrativa apenas mas como um problema e que com todo um diálogo com outras ciências e uma variabilidade de documentações proporciona este trabalho. Focalizando os séculos XII e XIII, nos quais os preceitos cristãos estavam mais consolidados e a igreja gozava de prestígio e poder perante a sociedade.

Através desse pesquisa pode-se observar que o homem medieval preocupava-se muito com a salvação eterna da sua alma e, sob influência da Igreja, renunciava seus bens materiais e os prazeres terrenos. Acreditava que, assim, iria para o "paraíso" depois de sua morte na Terra. Segundo Besen, foi no século XII que se fixaram os sete vícios capitais: orgulho, avareza, gula, luxúria, ira, inveja e preguiça. Como a base da sociedade era o teocêntrica, ou seja, Deus era o centro de todas as coisas, a Igreja influenciava de maneira muito forte o comportamento das pessoas no campo moral, nos relacionamentos interpessoais, na vida familiar e na forma de pensar e vestir.