O presente artigo é parcela de pesquisa em andamento, a qual se propõe analisar o contexto do cotidiano doméstico das famílias brasileiras na contemporaneidade. Para tanto se procedeu o recorte no espaço tempo social teresinense entre as décadas de 1950 a 1970, objetivando identificar as mudanças que aconteceram. Através da figura feminina, conseguimos perceber que as maiores alterações no lar vieram a acontecer, principalmente, a partir das transformações no comportamento e no modo de pensar das mulheres. Esse contexto, porém, é dotado de uma ambigüidade, principalmente na representação social do papel da mulher na sua atuação como sujeito histórico. Pois estas, nas décadas aqui trabalhadas, em algumas situações demonstraram uma maior liberdade de pensamento, foram disponibilizadas maiores oportunidades educacionais e de emprego. Mas, ao mesmo tempo tiveram que enfrentar dificuldades advindas de conceitos e também preconceitos incididos da visão tradicionalista e patriarcal que perduraram até mais da metade do século XX, estes vindos de uma grande parte da população. Principalmente considerando o contexto estudado, os fatores que promoveram consistentes alterações no cotidiano doméstico das famílias teresinenses, tanto nos aspectos materiais, quanto culturais e sociais, pautam-se em elementos que passaram pelos processos de modernização da cidade, incluindo o avanço, a ampliação e diversificação do comércio, além, também, das transformações no setor educacional e a divisão de tarefas conforme os gêneros nos espaços públicos e privados. As fontes consultadas consistiram em hemerográficas (jornal O Dia e O Estado) e bibliográficas as quais nos forneceram suporte e aporte para inserção da pesquisa na vertente da História Cultural.