As atuais formas culturais da sensibilidade e as relações desta com as períodos históricos distintos e com os meios de comunicação em massa são objetos de estudo do filósofo italiano Mario Perniola (20 de Maio de 1941). Desse modo, proponho aqui uma reflexão sobre as categorias necessárias para a compreensão das formas de sensibilidade no contexto histórico-cultural da contemporaneidade, onde os indivíduos passam a ser compreendidos como "coisa que sente" ou "coisa senciente", desenvolvido nas obras: "Do sentir" (1991), "Sex appeal do inorgânico" (1994) e "Ligação direta: Estética e política" (1986). Nestas obras, Perniola discorrerá, principalmente, acerca das novas experiências sensíveis humanas e a relação que há entre a sexualidade e a filosofia, onde os indivíduos estão inseridos em um contexto histórico-cultural que subtrai deles toda a faculdade de sentir e, assim se vê a necessidade de explicar fenômenos que aparentam estar distantes entre si precisam de categorias histórico-filosóficos, como a de pós-modernismo. Nesse sentido contemporâneo do indivíduo não há conflitos entre as coisas e os sentidos, o que permite o acesso à uma cultura da "sexualidade neutra", que pode ser compreendida como algo pós-humana, pois possui como base para o seu desenvolvimento o homem impulsionado para o artificial, podendo ser considerada uma "sexualidade virtual", onde tal virtualidade é concebida como uma ingressão em outa dimensão denominada pelo autor de "realidade virtual". Dessa relação histórico-cultural entre filosofia e sexualidade surge a categoria de "sex appeal do inorgânico", onde pelo fato de sua excitação não provir de propriedades sensíveis, como acontece na sexualidade natural, se encontrando além de qualquer gosto ou desgosto. Portanto, proponho aqui uma análise das categorias necessárias para uma melhor compreensão da relação que há entre as atuais formas sociais de sensibilidade e o contexto histórico-cultural contemporâneo.