SENSO COMUM E HISTÓRIA NA NUOVA SCIENZA DE GIAMBATTISTA VICO: UM ESTUDO SOBRE A CIÊNCIA NOVA.

MARIA DO CEU COLARES BOTELHO NETA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A presente comunicação tem como tema a obra Princìpi Scienza Nuova de Giambattista Vico, escrita em 1744, e pretende abordar a questão do senso comum e a sua relevância para os povos, pois faz parte da cultura e dos costumes deles. Refletindo sobre o comportamento humano, desde a sua origem e começo das nações, Vico define o senso comum como sendo um juízo sem reflexão, sentido por todo um gênero humano. Tanto as nações gregas como as bárbaras encontram, antes de qualquer outra nação, as comodidades da vida humana, e conservam as memórias das suas coisas, desde o princípio do mundo, preservando assim os seus costumes e tradições. As ideias nascidas no seio de diferentes povos, sem qualquer conhecimento entre si, devem possuir um fundo de verdade. Para Vico, o senso comum do gênero humano é o critério ensinado às nações pela Providência divina, a fim de definir o certo acerca do direito natural das gentes. Esse direito natural nasceu privadamente entre os povos sem nada saberem uns dos outros, e que mais tarde foi reconhecido como comum a todo o gênero humano. Sobre as tradições vulgares, Vico expõe que elas nasceram e foram conservadas por povos inteiros e, portanto, devem ter tido fundamentos de verdade. Trata-se aqui de algo exposto na Ciência Nova: encontrar os fundamentos do verdadeiro que chega recoberto de falso, com o passar dos anos e com o mudar das línguas e costumes. Para Vico, os falares vulgares devem ser o testemunho de maior peso para os antigos costumes dos povos, pois se celebram no tempo de formação das línguas. O senso comum se apresenta como elemento essencial de onde se fundamenta o certo acerca do direito natural das gentes. Ademais, as tradições vulgares, de cada povo, têm a sua importância como fundamento do verdadeiro, uma vez que elas fazem parte de um saber presente nas nações por um longo período de tempo.