Para uma investigação acerca da ascensão do fascismo e as causas da derrota do movimento operário italiano, tomaremos como ponto de partida a revolução passiva enquanto meio de legitimação massiva dos dominadores: algo que ocorre por meio da difusão ideológica realizada pela classe dominante. Dessa maneira, Gramsci avalia o domínio do Norte italiano, desenvolvido e industrializado, sob o Sul, pouco desenvolvido economicamente e agrário. Tal processo de unificação implica também em um processo de construção de novas condições apropriadas para o desenvolvimento de uma nova forma de organização da vida social. Daí a necessidade de se forjar uma nova cultura, ideologia e linguagem e a construção de um sentimento nacional burguês. Desse modo, trataremos especificamente, da problemática concernente à padronização cultural e da hegemonia burguesa, decorrente dessas determinantes históricas. Ademais é preciso uma reflexão sobre as questões relativas à ascensão do fascismo e as causas da derrota do movimento operário, que durante o início do século XX vivia um momento de ascensão das lutas sociais, tendo como perspectiva a tomada do poder político e a construção de uma sociedade não mais pautada no modo de vida burguês. É preciso ainda uma reflexão crítica desse período histórico, considerando as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, tendo como base a filosofia gramsciana. Ressalta-se aqui seus escritos sobre a organização da vida social na Itália, sua ferrenha crítica à cultura e o modo de vida burguês e seus apontamentos para construção de práxis de revolucionária.