MEMÓRIAS E NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS: A CONSTRUÇÃO DO “MENINO QUE DISSE SIM”.

RYCARDO WYLLES PINHEIRO NOGUEIRA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Rycardo Wylles Pinheiro Nogueira

rycardo@bol.com.br

ST - História, Memória e Oralidade

 

Resumo

Buscamos articular noções teóricas enquanto instrumentos possíveis para a análise e interpretação das fontes autobiográficas de Salomão Alves de Moura Brasil nas narrativas que dizem da produção do "Menino Que Disse SIM" na cidade de Aracoiaba, interior do Ceará. Tem como ponto de referencia debruçar o olhar na constituição do narrado nos seus discursos e escritos autobiográficos. Partimos desde a pré-figuração (mimese I), pela configuração (mimese II), que estabelece arcabouço para uma possível refiguração (mimese III) do tempo vivido pelo tempo narrado que passa a fazer parte da memória e da história "efetiva", seja para as convicções de aceitação, de confronto ou criação de sentido num retorno para um vivido possível. Tal interação teórica nos é proposta por Paul Ricoeur em sua tríplice mimese (ou círculo hermenêutico), noção composta pelas reflexões em torno de sua teoria da narração em sua obra clássica Tempo e Narrativa. Deste autor também trabalharemos a noção de identidade narrativa. Trataremos ainda, em relação com o círculo hermenêutico de Ricoeur, da noção de ilusão biográfica, proposta por Pierre Bourdieu acerca da escrita orientada pela ilusão da linearidade, que fala da história de uma vida pela relação causa-efeito e que compõe "ordem" na identidade narrada. Em relação, e de algum modo, traremos outro aspecto, nos debruçaremos brevemente na ideia de Phillipe Lejeune acerca da escrita autobiográfica enquanto pacto autobiográfico, ideia que abre fendas para pensar a relação autor-leitor pelo pacto firmado entre as partes.