O resumo é parte de nossas investigações desenvolvidas para a escrita de nossa monografia no
Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades da Unilab - Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Objetivamos realizar um estudo de caso
analítico/descritivo de abordagem qualitativa, sobre o documentário "Com Vandalismo".
Especificamente, analisar, dialeticamente, as contradições discursivas evidenciadas pelas
mídias sobre o fenômeno das jornadas de junho de 2013 na cidade de Fortaleza/CE, nesse
sentido de forma comparativa a análise foi também pautada em entrevistas realizadas com
alguns dos manifestantes para uso de estudo da história oral. Para tanto, metodologicamente, a
pesquisa tem sido inspirada pelo cruzamento interdisciplinar da História, da Sociologia e da
Psicologia. O documentário ainda hoje tem repercussão pelo site Youtube e contém as
narrativas dos manifestantes filmadas durante as manifestações. Evidenciam não só as ações
dos manifestantes como também os atos violentos dos policiais. No início do documentário
narra-se que "as manifestações tiveram diferentes motivos e resultados, o ponto em comum a
separação entre pacíficos e vândalos, divisão propagada pela imprensa e governantes".
Vândalos, segundo as mídias oficiais "são marginais sem motivações políticas, que depredam
bancos, patrimônio público, carros e veículos de comunicação e atacam a polícia com o
simples objetivo de estabelecer o caos, resolvemos acompanhar de perto os conflitos e os
chamados vândalos." No documentário, percebe-se nos discursos dos manifestantes opiniões
contraditórias sobre como se deve manifestar e sobre o que seria vandalismo, como ainda hoje
essas opiniões se dividem. Alguns manifestantes falavam que "vandalismo era a fome, a
repressão policial, a corrupção e o descaso com a população da parte do governo". No
documentário, temos ainda que no decorrer das manifestações "os vândalos algumas vezes
também agiam como pacifistas, assim como os pacifistas começaram a agir como vândalos".
Neste sentido, nos interessa debater a disputa de memória ali presente, ou seja, quais as
"memórias socialmente compartilhadas" (PORTELLI, 1997, p. 16), das jornadas de junho de
2013 na cidade de Fortaleza/CE.