Seguindo as diretrizes do Estado Mínimo e das políticas neoliberais, governos
federal, estadual e municipal alinharam suas políticas no sentido de promover, através
de órgãos como o Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (DNOCS), a
construção de barragens e perímetros irrigados para o avanço do agronegócio no
Estado. O impacto ambiental e humano dessas ações tomaram proporções lastimáveis
e incomensuráveis, dentre as quais pontuamos a dissolução das comunidades
agrícolas, a desqualificação do(a) pequeno(a) agricultor(a) e a profunda transformação
dos modos de vida tradicionais. Nesse sentido, a atividade de extensão ora
apresentada busca preservar a memória e valorizar a história local de homens e
mulheres trabalhadores(as) rurais. Para tanto, fazemos uso da História Oral como
método por compreendermos que as fontes orais são de fundamental importância
para o entendimento das alterações pelas quais passaram as comunidades. Em
paralelo estamos realizando oficinas sobre memória e oralidade com as comunidades
da Chapada do Apodi em parceria com a Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte com
o objetivo de despertar o interesse dos sujeitos locais para a importância e valorização
de sua memória e história. O projeto visa ainda: i- a confecção de materiais didáticos a
serem utilizadas nas escolas das regiões atingidas; ii- produção de um memorial online
(home page) e permanente que albergue materiais referentes à memórias dos locais
atingidos pela modernização agrícola; iii- produção de vídeos a serem utilizados nos
intercâmbios entre as comunidades e na formação dos jovens. Para a construção
desses vídeos nos aproximados da metodologia da "escrita videográfica" (MAUAD,
2014). De forma geral, busca-se garantir o direito à memória das pessoas que vivem no
semiárido cearense.