PADRONIZAÇÃO DA LIOFILIZAÇÃO DE PELE DE TILÁPIA PARA DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO PRODUTO CICATRIZANTE

JÉSSICA HOLANDA PEIXOTO

Co-autores: FERNANDA SOARES MACEDO, CARLOS ROBERTO KOSCKY PAIER, JEAN BRENO SILVEIRA, JÉSSICA HOLANDA PEIXOTO, CAMILA NASCIMENTO GONDIM, FELIPE A. R. RODRIGUES e EDMAR M. LIMA JR.
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 


Caixa de texto:  PADRONIZAÇÃO DA LIOFILIZAÇÃO DE PELE DE TILÁPIA PARA DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO PRODUTO CICATRIZANTE 
Fernanda Soares Macedo*,1, Carlos Roberto Koscky Paier1, Jean Breno Silveira2, Jéssica Holanda Peixoto2, Camila Nascimento Gondim2, Felipe A. R. Rodrigues, Edmar M. Lima Jr.
1 - Universidade Federal do Ceará, 2 - Centro Universitário Christus
*nanda.smacedo@hotmail.com
 

 

 

 

 

 

 

 

Linha de Pesquisa - Área Biotecnologia em Saúde:

( x ) Desenvolvimento de Bioprodutos/Bioprocessos

(    ) Escalonamento, Controle Qualidade, Regulamentação, Validação de Bioprodutos/Bioprocessos

(    ) Desenvolvimento e/ou validação de dispositivos e protótipos

 

Formulação do problema/Justificativa: A pele de Oreochromis niloticus, a tilápia do Nilo, tem apresentado ação cicatrizante em ferimentos causados por queimaduras. Atualmente, a pele para uso clínico é submetida à retirada dos restos de tecido muscular, lavada com soro fisiológico, tratada com glicerol/clorexidina, embalada e irradiada para esterilização. No entanto, a necessidade de refrigeração contínua encarece o produto e a conservação em glicerol/clorexidina oferece risco de contaminação química ao paciente. Nesse contexto, a liofilização é uma alternativa interessante na produção das peles para uso clínico. É um processo não destrutivo de retirada de água do material, geralmente reversível, largamente utilizado na indústria de alimentos. A desidratação do material aumenta sua vida útil, pois reduz a quantidade de água disponível para reações bioquímicas de hidrólise e ao crescimento de microrganismos. Aliada à embalagem a vácuo e à esterilização por irradiação, a liofilização pode aumentar a vida útil do produto, reduzir a chance de contaminação e dispensar o tratamento com glicerol.

 

Objetivo geral: Este trabalho tem como objetivo estabelecer um método eficiente de liofilização da pele de tilápia, para diminuir a atividade de água do material, aumentar sua vida útil e dispensar sua refrigeração para transporte, antes e após a esterilização.

 

Solução proposta: Foi observado que os tempos de 2 h e 3 h de liofilização produziram os melhores resultados, ao contrário do tempo de 1 h, que não foi suficiente para desidratar as peles de tilápia. Nos tempos de 2 h e 3 h obteve-se uma umidade residual próxima a 12%. Histologicamente, a pele apresentou um menor número de cavidades resultantes da desidratação, em comparação com os tempos de liofilização superiores a 3 h. Os testes tensiométricos com a pele liofilizada por 2 h e 3 h apresentaram resultados surpreendentemente superiores ao da pele in natura (controle negativo). Ademais, foi observada a ausência de proporcionalidade entre os tempos de liofilização e reidratação. Ou seja, enquanto foi possível reduzir o perído de liofilização a 2 h e 3 h, o tempo mínimo necessário à reidratação em nível histológico estacionou em 8 h, instante em que as cavidades desparecem e a pele liofilizada adquire aspecto próximo ao da pele in natura. Contudo, a reidratação histológica de 8 h não é adequada à rotina hospitalar. Dessa forma, na prática médica, sugere-se executar a aplicação da pele liofilizada após uma reidratação de 10 a 15 min, quando a pele adquire aspectos macroscópicos de produto reidratado. Foi constatado ainda que a pele liofilizada por 3 h possui uma atividade de água relativamente baixa (da ordem de 0,4), o que assegura a estabilidade microbiológica do produto. Em vista desses fatos, escolheram-se os tempos de 2 h e 3 h como padrão para liofilização das peças no aparelho Liotop L101, obtido da Liobrás (São Carlos - SP).

 

Campo de aplicação: Espera-se que essa padronização possa resultar em um método rápido, fácil e barato de embalagem a vácuo e reidratação da pele de Tilápia liofilizada, para uso clínico imediato ou em curto intervalo de tempo. Também é esperado que a desidratação da pele aumente sua estabilidade, preserve suas propriedades histológicas e facilite sua logística de transporte e armazenamento, melhorando o curativo biológico para queimaduras baseado em pele de Tilápia, cuja eficácia já foi comprovada.

 

Palavras-chave (até 6): Pele da tilápia. Biomateriais. Liofilização.