A córnea é usada para estudos de nocicepção devido à alta densidade de nervos sensoriais, sendo um dos tecidos mais ricamente inervado do corpo. O efeito antinociceptivo corneal do óleo fixo das sementes de Ouratea fieldingiana (batiputá; OFSBat) em zebrafish adulto (ZFa) já foi previamente demonstrado. Nessa pesquisa, objetivou-se avaliar a participação dos canais iônicos sensíveis a ácido (ASICs) sob o efeito antinociceptivo corneal do OFSBat em ZFa. Animais, machos e fémeas (60-90 dias; 0,4 ± 0,1g; n=6/grupo) foram tratados com OFSBat (1,0 mg/mL; 20 µL; v.o.) ou amilorida (antagonista ASICs; 5 mg/mL; i.p.) ou Veículo (Controle, DMSO 3%; 20 µL; v.o.). Um outro grupo recebeu amilorida 15 min antes da administração do OFSBat. A nocicepção corneal foi induzida com salina hipertônica (NaCl 5,0 M; 5,0 μL) aplicada no olho direito dos animais (n=6/grupo), 1 h após pré-tratamentos descritos anteriormente. A nocicepção corneal foi quantificada através da diminuição da atividade locomotora (cruzamentos de linhas) dos animais em placas de Petri de vidro (10 x 15 cm), durante 0-5 min. O estudo recebeu aprovação da CEUA-UECE (#7210149/2016). OFSBat reduziu significativamente (p<0,001 vs Controle) a nocicepção corneal em ZFa induzida pela salina hipertônica e este efeito foi totalmente prevenido (p<0,001 vs OFSBat) com amilorida. Portanto, esses resultados sugerem que o efeito antinociceptivo corneal do OFSBat está relacionado a uma atuação nos canais ASICs.