As micotoxinas são metabolitos fúngicos secundários, presentes em grãos alimentares, de modo geral muito estáveis e não são destruídas nos processos de moagem e de peletização de ração. As micotoxinas constituem uma grande ameaça para a saúde dos animais e do homem devido aos seus potentes efeitos teratogênicos, cancerígenos, mutagênicos e imunossupressores. As micotoxicoses, em termos de indústria pecuária, causam enorme perda econômica ao retardar o crescimento animal, ao aumentar o consumo alimentar e ao reduzir a produção de carne. Objetivou-se analisar o efeito da contaminação natural de frangos caipiras ao consumir ração contaminada com fungos. O caso ocorreu em uma unidade de criação caipira de aves. A estrutura se compunha de piquete para pastejo das aves e área coberta e telada, utilizada como abrigo. Ocorreu que em um dos sacos de ração de crescimento, houve desenvolvimento de fungos e o tratador, ofereceu às aves seu conteúdo. Aos 36 dias de idade as aves do lote quatro consumiram essa ração contendo "bolores", logo no início da manhã. No primeiro manejo do dia foi colocada ração nos comedouros, horário de maior consumo por parte das aves. No início da tarde já haviam morrido 3 aves. No final do segundo dia morreram mais 16 aves. No terceiro dia mais 3 aves vieram a óbito e no último dia de apresentação dos sinais clínicos mais 1 ave do lote morreu acumulando 23 óbitos. No total, 23% do lote foi eliminado em intervalo de 48 horas. Daí em diante até os 90 dias de idade não houve mais mortalidade. Aos 91 dias de idade as aves foram todas abatidas e as carcaças se apresentaram com pesos muito abaixo da média dos outros lotes. Na decima terceira semana as médias de peso dos lotes 1 ao 7, se mostraram como se segue, 2.384,0 ±34,86; 2.460,0 ±40,27; 2.270,0 ±49,57; 1.520,0 ±188,14; 2.530,0 ±43,20; 2.430,0 ±21,21; 2.490,0 ±22,30. A distribuição de frequência dos pesos médios dos frangos que sofreram contaminação por toxina fúngica apresentou intervalos de (<900 - 33); (900-1000 - 19); (1000-1100 - 14); (1100-1200 - 11). Após a ingestão de toxinas de fungos, via ração, não há o que fazer com as aves para impedir o efeito deletério no índice de mortalidade e na performance dos indivíduos sobreviventes.