BANDA FUZAKA (QUIXADÁ-CE): ETNOGRAFIA DE UMA BANDA PUNK-HARDCORE DO SERTÃO CENTRAL CEARENSE
Klinsmann Maia de Souza Pedrosa (FECLESC/UECE)
Sander Cruz Castelo (FECLESC/UECE)
Resumo: O presente trabalho analisa a banda de punk-hardcore Fuzaka, da cidade de Quixadá-CE, criada em março de 2017. A problematização é a de entender como se dá o funcionamento (ensaios, criação das músicas, teor delas etc.), a inserção social (cena na qual se insere, shows, divulgação etc.) e a autocompreensão (como interpreta e vivencia o estilo) do grupo musical. Colocam-se em evidência sujeitos que expressam suas insatisfações e angústias por meio de um estilo musical questionador, underground e periférico, fortemente alicerçado na filosofia do DIY (Do It Yourself). O aporte teórico-metodológico ancora-se na observação participante (Mattos [2011], Angrosino [2009], Wacquant [2002], Deslandes [2007] e Gil [2008]), na história oral (Meihy [2005] e Portelli [1997]), em autores que definem os conceitos de "punk" e "punk-hardcore" (Bivar [1988], O´Hara [2005], Viteck [2007] e Viana [2012]), e em autores que conceituam "cultura", "contracultura" e "juventude" (Santos [2012], Bauman [2012], Burke [2005] e Napolitano [2023]). A análise feita até o presente momento permitiu perceber, dentre outras coisas, que: a banda não tem um líder, as músicas sendo compostas coletivamente, por meio de jam sessions, principalmente; que ela ensaia e compõe no "Salão Azul", dependência da FECLESC; que ela tem duas músicas gravadas e lançadas: "O chato" e "Madman"; que suas letras são provocativas e de cunho social; e que ela se vê como parte do estilo punk-hardcore, inspirando-se em bandas como Bad Religion (EUA) e Dead Fish (BRA). Conclui-se que a composição, produção e divulgação das músicas da banda denotam cunho contestador ao status quo, características salientes no punk, cultura juvenil feita de questionamento, independência (de forma colaborativa) e criatividade.
Palavras-Chave: punk-hardcore, banda Fuzaka, Quixadá-CE
Simpósio Temático (opção 1): Simpósio temático 12: Historiografias periféricas e não hegemônicas |
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Simpósio Temático (opção 2):
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