O presente trabalho busca estabelecer uma conexão entre a História Global e os
Movimentos Homossexuais, pois identifica-se a necessidade de ampliar os debates sobre essa
temática que desbrava um novo espaço de ocupação. Trataremos sobre contexto de Guerra Fria
e o mundo dividido em dois blocos, capitalista e socialista, nos quais ambos rejeitavam,
desaprovavam e criticavam os movimentos de diversidade sexual despontantes nesse período,
jogando-os para o centro, os comprimindo e sufocando. Para os capitalistas, a homossexuaidade
era um sintoma socialista de decadência sexual e social. Para os socialistas os movimentos
homossexuais eram a degeneração da sexualidade e da sociedade trazida pela burguesia
capitalista. Ao dedicarmos um olhar sobre o Brasil, esse contexto mundial reflete
imediatamente na Ditadura brasileira, onde se escreve um capítulo na história sobre repressão,
violência e criminalização da diversidade de gênero e sexualidade, especialmente após a
resolução do Ato Institucional nº 5. Usamos Júnior e Sochaczewski (2017) para entender os
deslocamentos teórico-metodológicos da História Global, sempre visando conectar, comparar,
conceituar e contextualizar. Para estabelecer o vínculo com os movimentos homossexuais
requeremos a Santos, Santos e Silva (2021) onde nos direcionam aos debates emergentes na
temática, qualificando e afirmando as potencialidades teórico-metodológicas desse objeto.
Diante disso, propomos fazer uma conexão entre os âmbitos mundial e nacional direcionado
aos movimentos homossexuais brasileiros em contexto de Guerra Fria e polarização em blocos.
Quando nos voltamos para uma abordagem mais global, abrimos margem a análises mais
profundas sobre a história humana, pois diante de tentativas eurocêntricas, nacionalizantes e
hegemônicas da historiografia encontramos experiências acobertadas e omitidas.