A pesquisa explora o processo de ocupação do Assentamento Antônio Conselheiro, destacando as formas de resistência empregadas pelos protagonistas das lutas e movimentos da época. O contexto social e local, bem como a influência da concentração fundiária no Ceará sobre as ocupações dos anos 90, são aspectos fundamentais da pesquisa. A "resistência cotidiana" de Scott (2002) é usada para entender como as "lutas prosaicas" e a resistência diária contribuíram para a sociabilidade do assentamento. A perspectiva de "experiência" de Thompson (1977) é aplicada para analisar a percepção dos assentados como uma classe. A pesquisa se baseia em entrevistas com moradores do assentamento, recortes de jornais da época e documentos da associação, como atas das reuniões e o estatuto de fundação da mesma. O objetivo é analisar o processo de ocupação e os movimentos associados, bem como o contexto das ocupações dos anos 90 e a relação com ocupações vizinhas. Os movimentos sociais do campo no Brasil e no Ceará são discutidos, destacando-se o surgimento desses movimentos, suas dificuldades e dilemas, e como associações, grupos e movimentos, como as Ligas Camponesas, MASTER e MST, contribuíram para sua difusão. A luta pela terra no Brasil é abordada, com foco nesses movimentos populares citados e na disputa fundiária. O processo de ocupação em si é examinado, incluindo a chegada das caravanas, a montagem das barracas, as místicas e as resistências no acampamento. Finalmente, a pesquisa analisa as ocupações de terra e a resistência no Ceará nos anos 90 a partir da perspectiva do Assentamento Antônio Conselheiro, considerando o contexto das ocupações, a experiência no acampamento e os símbolos das ocupações.