O Cinema Novo brasileiro foi um movimento cinematográfico que tomou força em 1960 e foi tido como revolucionário por romper com o modelo de cinema hegemônico norte-americano. Nesse "novo" e inovador cinema, somente uma mulher esteve por trás da câmera. Dito isto, este trabalho tem como objetivo tecer uma análise das relações de gênero, raça e classe dentro do movimento do Cinema Novo brasileiro. Como fonte, utilizo as películas: O Desafio (1965) de Paulo César Saraceni e A Entrevista (1967) de Helena Solberg. Também compõe o escopo de fontes o Jornal do Brasil e Folha de São Paulo, ambos analisados no período de tempo de (1964-1969). Por meio do método de Análise Fílmica e Discursivas das fontes citadas, o conceito de interseccionalidade não é ignorado, uma vez que este adquiriu destaque em pesquisas que priorizam os estudos de gênero, história das mulheres e feminismos nos últimos anos. Diante do exposto, problematizo como se perpetuou as configurações de gênero, raça e classe nas produções cinematográficas do Cinema Novo brasileiro. A pesquisa apresentada é parte do que venho desenvolvendo no mestrado, que me levam a alguns resultados parciais, como é o caso de perceber a falta de representatividade do gênero dentro do movimento, assim como fatores sobre classe e raça que estavam ligados a tais representações, mostrando que o movimento do Cinema Novo, talvez não fosse tão novo como se pensava que poderia ser em alguns quesitos sociais e culturais da década de 1960.