Esta pesquisa consiste em análise de documentos como fontes históricas informada pela perspectiva transfeminista, feminismo negro e decolonial. A história das travestis, suas narrativas, experiências diante do ativismo, agenciamento, aquilombamento lutas coletivas e alianças em grupos me fez entender e me envolver em uma discussão sobre as relações interseccionais gênero e raça que subjugam suas identidades de gênero, sexualidade e corporeidade, fragilizando seus direitos enquanto cidadãs. Este trabalho tem como pergunta norteadora: quais as relações de opressão existente entre racismo e transfobia no passado e no tempo presente? Assim, tendo como objetivo geral investigar a relação interseccional entre racismo e transfobia e como as travestis rompem com as imagens de controle (COLLINS, 2019) sobre seus corpos e com os epistemicídios (CARNEIRO, 2023). Analisou-se as trajetórias de vida de travestis, cruzando suas histórias dentro do campo das resistências e das alianças em defesa dos direitos das Travestis. O trabalho se debruça sobre as trajetórias das travestis negras Xica Manicongo, Yaya Mariquinhas, Joane Jovanna Baby, Thina Rodrigues e Dediane Souza. Megg Rayara (2020) Gomes de Oliveira observa que as travestis pretas desafiam "não apenas as normas de gênero, mas a sociedade como um todo". O aquilombamento entre pares perpassa o afeto e a razão de suas existências. A dororidade (PIEDADE, 2017) conecta as experiências de travestis negras marcadas pela transfobia e pelo racismo. Assim, essas experiências juntas encruzilham os marcadores de opressão de raça, gênero, classe e território vulnerabilizando as travestis em um processo de extermínio e genocídio de seus corpos ao longo da História.