Esta pesquisa se debruça sobre as condições de trabalho encontradas por mulheres migrantes que ao longo das últimas cinco décadas atuaram como empregadas domésticas e babás. Mesmo após a PEC das Domésticas (2015) que trouxe diversos direitos para a categoria, fatores de exploração do trabalho ainda podem ser percebidos. Nossa pesquisa busca analisar a experiência de vida e laboral de quatro mulheres trabalhadoras domésticas, que tem em comum o local onde passaram sua infância, o povoado de Mulungu, em Santana do Acaraú. A pesquisa busca entender esse lugar, indagando sobre como esses corpos foram racializados, e o quanto isso influenciou a experiência de vida, e trabalho dessas mulheres. O objetivo do estudo é refletir sobre as condições de trabalho encontradas por essas trabalhadoras, partindo de uma abordagem que articula as relações de gênero, de classe e étnico-raciais. A metodologia utilizada é da História Oral, onde através da escuta possamos refletir sobre a realidade encontrada por elas. Para nos ajudar a refletir as problemáticas levantadas contaremos com a leitura de algumas obras que trabalham as relações de Raça, Classe e Gênero, em diálogo com a História Oral, como: "A integração do negro na sociedade de classes" (1964) de Florestan Fernandes; "Por um feminismo-Afro-Latino-Americano" (2020); de Lélia González;"O genocídio do negro brasileiro" (1978) de Abdias do Nascimento; "Gênero: uma categoria útil de análise histórica" (1990) de Joan Scott; e "Fontes orais Histórias dentro da História" (2005) de Verena Alberti.
Simpósio Temático História e interseccionalidade (opção 1); |
Simpósio Temático Gênero, sexualidades e história (opção 2). |