O trabalho se definirá como uma análise literária acerca do romance "Senhora" (1875) do escritor romancista e brasileiro José de Alencar, pondo em consonância a vida do autor, seu ciclo literário e histórico, abarcando desde os pensamentos os quais sua escrita nutriu, a receptividade do público e ao cenário social da cidade do Rio de Janeiro no século XIX, visto como palco da corrupção dos valores morais e familiares nesse período secular. O que se objetiva especificamente com este estudo do autor e obra é esmiuçar a que visão o papel feminino desempenhava em relação à figura patriarcal masculina com a tentativa de escrutinar as representações de poder, do amor, casamento e maternidade como sinônimo de felicidade para o contexto social da época, no qual não inclui transformações apenas de gênero, mas em todo cenário literário brasileiro. Entender essa construção a partir das influências da escrita Alencariana, ajuda-nos a aperfeiçoar a compreensão como as pessoas deveriam se relacionar "civilizadamente"; o amor sempre foi uma justificativa plausível para tal afirmação. A preocupação de Alencar e outros romancistas, não estava em apenas abordar contextos sociais, mas principalmente nas maiores possibilidades de conhecimento da mulher, isso se deu graças ao grande hábito de leitura dos escritos românticos que buscavam propagar formas de prevenção do que as afastavam dos padrões e da moral. Para alcançar tais finalidades, além da análise dos recortes dos folhetins "Ao Correr da Pena", se faz indispensável o uso das referências teóricas: José de Alencar in cena - volume 01 e 02 (2019, 2022), SOARES (2012), entre outros que em consonância abrirão caminhos para entender uma realidade social e os laços de afetividade pertencentes a esse ciclo.