Resumo: O presente estudo trata da temporalidade decolonial, bem como das concepções
filosóficas acerca da ideia de história e história das ideias, pressupondo uma politização do
tempo e uma recusa da ideia hegemônica da noção diacrônica temporal e sua tripartição.
Partindo da Filosofia de Kant, e do conceito de "plano da natureza" por um desenvolvimento
da moral que afere na razão de futuro, fundamento para a ontologia temporal na corrente
positivista, apresenta-se, a partir dessa medida, os fundamentos para entender a temporalidade
pós-moderna e sua seta temporal. Não obstante, pretende tratar da crítica a dita pós-modernidade e seus estigmas que estabelecem a atmosfera contemporânea e a defasagem
perceptiva. Traçando pontes com o pensamento de Reinhart Koselleck, na sua teoria de
temporalidade pela linguagem e hermenêutica, bem como aproximar seu conceito de "espaço
de experiência" e "horizonte de expectativas" à imagem de tempo em Gilles Deleuze, pelo
tempo não-reconciliado de Peter Pál Pelbart, que pressupõe a conciliação na ontologia
tradicional de tempo; a reconciliação na representação de tempo; e a não-reconciliação na
recusa da representação de tempo, seu "horizonte de criação", na ideia de subjetivação e
desrazão, perspectiva de tempo-potência, que por sua vez afere a multiplicidade e
durabilidade temporal do fora, procurando aqui remediar a experiência de aceleração do
tempo, em contraproposta ao diagnóstico da racionalidade pelo desenvolvimento moral.
Assim, o estudo pretende analisar os fundamentos filosóficos da temporalidade desde a
concepção de razão em Kant, caminhando a linearidade da corrente positivista, para então
apontar a desrazão e subjetivação em Gilles Deleuze, propondo a reflexão da ideia de
aceleração do tempo pós-moderno, bem como a politização contra hegemônica na
temporalidade.