Resumo:
Esse trabalho tem como objetivo discutir aspectos da prática da Umbanda, almeja desmistificar as visões intolerantes que eu mesma senti na pele nas minhas vivências nos terreiros de Crateús (2020-2024). Destaco os espaços do “Terreiro “Pai Zé Maria de Ogum” e do “Terreiro Simão da Bahia”. Renato Ortiz afirma que a umbanda não é uma Religião do tipo messiânico, que tem uma origem bem determinada na pessoa do Messias, ao contrário, foi fruto de mudanças sociais e dinâmicas complexas. A Umbanda exprime assim, através de seu universo religioso uma sociedade com tensões e contradições. Com relação ao recorte temático, me interessa discutir os pontos cantados nas giras, músicas que narram a vida de mulheres como Maria Padilha ou Cabocla Mariana, a grande maioria com finais trágicos. Em linhas gerais a imagem destas mulheres ficou estereotipada, e questiono se seria um fator que reforça o preconceito daqueles que as atacam. Meu foco nas entidades femininas começou quando tive a primeira conversa com uma Mãe de Santo, ela relatou as lutas constantes para desmistificar a visão negativa que se criou com o passar dos séculos. Trata-se de uma pesquisa em fase inicial e está relacionada à construção de um projeto de pesquisa para conclusão de curso. A metodologia utilizada tem sido a observação participante. Michael Angrosino, caracteriza a observação participante como um processo de aprendizagem pelo envolvimento nas atividades cotidianas de quem participa da pesquisa. O autor entende que a observação é, antes de tudo, "uma estratégia que facilita a coleta de dados no campo" e o que combina o papel do pesquisador (participante de algum modo) com técnicas de coleta de dados (observação).