ALÉM DA MÍSTICA, A JUSTIÇA: PASSADO COLONIAL ENTRE ESCRITA DA HISTÓRIA E EXEMPLARIDADE (1970-1980)

KALIL TAVARES FONTELES

Co-autores: KALIL TAVARES FONTELES
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Eduardo Hoornaert é um pesquisador, professor e teólogo que veio ao Brasil imbuído de um espírito novo, grande e quase nada modesto, espírito este que chamaríamos 'errância'. Quase como a fazer um curioso espelho de sua vida frente à obra, os estudos sobre as ordes religiosas aportadas na América portuguesa no século XVI, onde sujeitos instruídos, é claro, por seu ímpeto reformador numa época de cisma na Igreja Católica, encontram, no historiador belga, no breve século XX, junto aos chamados padre Fidei donum, empenhados, sem dúvida, no espírito místico de uma procuro pelo "grande outro". Vieram talvez em busca do sagrado em suas manifestações ou representações sociais: a figura do excluído, aqui e ali emergente na "mulher", nos "pobres", nos "vagabundos" e nos "loucos". Figuras quem sabe melhor localizadas abaixo da linha do Equador, de terceiro, quarto - outro mundo. A proposta deste estudo fica, portanto, entre a 'incompetência' estrutural de se estudar uma escrita da história que é, malgrado todos os apêndices e citações, a produção de um "outro" (um outro 'Brasil', os "indígenas", "os pobres", "os jesuítas") e a nossa própria marca ritual de circunscrever fronteiras, isto é, estampar a "Beleza do Morto", para citar Michel de Certeau (1995). Mas não para por aí, posto que também deve tocar na própria dinâmica das divisões do saber histórico.