AS REPRESENTAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA EM O CORTIÇO, DE ALUÍZIO DE AZEVEDO

KARINA MAIA COLARES

Co-autores: KARINA MAIA COLARES e MANOEL CARLOS FONSECA DE ALENCAR
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar as análises realizadas em torno das narrativas do romancista Aluísio Azevedo, na obra O cortiço (1890), através da interdisciplinaridade entre História e Literatura. Intenta-se discutir as violências que marcam a gênese de uma elite brasileira na ótica do escritor Azevedo buscando compreender o contexto histórico em que o romance está inserido por meio das observações em torno das relações dos personagens da narrativa. Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um estudo do romance a partir de produções acadêmicas e livros que colaboraram para analisar a obra de forma critica. Assim, pretende-se mostrar os elementos importantes da trajetória de Aluísio Azevedo que influenciaram para a construção de seu romance e a contextualização histórica das relações sociais presentes no romance analisado. Dessa forma, dialogando com BOURDIEU (1989), CANDIDO (2004) e SCHAWARCZ (2001), e entre outros teóricos percebe-se que muitas das violências retratadas no romance ocorrem através da construção histórica-social. O enredo da obra se passa no final do século XIX, período no qual ocorreram episódios importantes para o cenário brasileiro, pois possibilitaram mudanças que vinham transcorrendo durante os últimos anos do período imperial e que resultaram na abolição da escravidão e na proclamação da república, momento em que teve presente na esfera social um espirito de progresso, mas que os direitos sociais estavam longe de serem conquistados. Em O cortiço, Aluísio Azevedo traça uma trama interessante que revelam aspectos importantes entre as relações sociais e de poder que são essenciais para estudar as condições que eram, em muitas vezes, impostas aos moradores dos cortiços no final do século XIX, e como foi construído as novas formas de exploração da passagem do trabalho escravo para o trabalho livre.