Esta proposta de pesquisa tem como principal interlocução as práticas de cura relacionadas a modos de saber, fazer e viver que constituem um patrimônio da saúde da Umbanda. Almeja pensar esses atos em seu prisma de auxílio às vítimas de violência doméstica e familiar.
Para tanto, pretendo descrever e interpretar os recursos terapêuticos como estratégias utilizadas no território terreiro que se apresentam como práticas de cuidado que se organizam desde uma perspectiva afrocentrada em relação a outras práticas de cuidado e conhecimento, como a da própria medicina euroamericana contemporânea.
Como campo de pesquisa, apresento o Terreiro de Ogum Magé da Mãe Zimá, nomeada a primeira Mestra da Cultura da Umbanda no Estado do Ceará (SecultCE) e contemplada também com o título de Notório Saber em Cultura Popular (UECE) em 2018. A investigação tem dois eixos de força: A Umbanda, rico mosaico histórico que representa a minha fortaleza e herança dos meus ancestrais, o enfrentamento da violência contra a mulher, onde proponho problematizar a história dos saberes e das memórias da Umbanda, traçando um diálogo com o conhecimento ancestral dos mais velhos e dos mais novos que envolvem práticas terapêuticas em diálogo com o patrimônio cultural, baseada na intervenção de guias espirituais cujos protocolos de saúde circundam em folhas, banhos, beberagens, benzimentos, liturgias ente outros cuidados populares, fazendo uma encruzilhada do passado e presente na contramão da intolerância religiosa contra as matrizes afro-indígenas realizado, em especial por mulheres, tendo como foco, o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
Palavras-Chave: Umbanda, Mãe Zimá, Violência doméstica e familiar;
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