O Instituto Penal Professor Olavo Oliveira I (IPPOO I) foi, até o início do século XXI, o maior presídio do Ceará. Construído durante o regime da Ditadura Militar e inaugurado em 25 de maio de 1978, numa área correspondente a 31 mil/m², mobilizou para sua construção recursos federais superiores a 17 milhões de Cruzeiros (moeda da época). Enquanto esteve em funcionamento, recebeu milhares de presos em suas dependências, foi palco de inúmeros episódios de violência, mortes, fugas e rebeliões que envolveram policiais, agentes penitenciários e, principalmente, prisioneiros da unidade. Após duas décadas de sua inauguração, o IPPOO I encontrava-se imerso ao cotidiano em meio ao bairro Itapery, cercado por residências, ruas e avenidas movimentadas na periferia da cidade, a presença do presídio passou a ser um incômodo para moradores do bairro, dessa forma por se localizar em zona eminentemente urbana, a unidade não representava mais um modelo viável nas políticas penitenciárias. No século XXI, houve um esvaziamento do presídio e em 2013 sua última transferência de preso, colocava fim às atividades no prédio que viria a ser demolido. A partir de então a área do presídio foi transformada em um espaço de lazer e convivência. Como pensar o valor histórico de instituições que causam interpretações tão difíceis e pouquíssima aceitação na sociedade? Os presídios são estigmatizados, sobretudo pelo que representam: medo, aversão, tristeza, fobia, repulsa entre tantas outras manifestações físicas e psíquicas. Esta apresentação visa problematizar o apagamento material e simbólico da presença do presídio IPPOO I através de um corpo de fontes diversas que envolvem jornais, documentos da justiça e memórias.