ENTRE O FALO E A FALA: A CULTURA DO MACHO E A TRADIÇÃO DAS QUADRILHAS JUNINAS NO/DO CEARÁ.

ANTÔNIO JACÓ DE OLIVEIRA NETO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Explorando as características referente às manifestações culturais nordestina, e qual o seu impacto dentro de grupos socialmente marginalizados. Este trabalho tem por objetivo, analisar sob a ótica do Livro "Nordestino: invenção do 'falo' - Uma história do gênero masculino (1920-1940)" de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, as relações entre a cultura do macho, a fala e as quadrilhas juninas. Utilizando como recorte local o Estado do Ceará, esta pesquisa busca evidenciar as diferentes narrativas encontradas na obra de Albuquerque Júnior, que tratam sobre a invenção de uma cultura moldada em aspectos como a Virilidade, Honra e Masculinidade, ou seja a "Cultura do Macho", e como a existência  de corpos fora do padrão nesta região era/é vista como recusa. Assim, pensar como a cultura nordestina foi moldada neste aspecto, vale ressaltar as múltiplas perspectivas de crítica sobre um padrão pensado e projetado que por séculos vem sendo desenhado e redesenhado em apenas uma perspectiva; a do ser homem, macho. Nesse sentido, atrelado a estas questões, relacionadas a identidade masculina nordestina e como essa construção é pautada dentro de um projeto regionalista, outra característica que ao meu ver, contempla a produção de Albuquerque Júnior, são a presença de corpos em uma manifestação pensada e caracterizada dentro de um prisma cishetrossexual, as quadrilhas juninas. Diante disso  a presença de corpos homossexuais neste folguedo no interior do estado, especificamente no sertão central cearense evidencia como ao mesmo tempo em que essa manifestação é pensada e moldada nestes aspectos posto no livro de Durval, como a comunidade LGBTQIAPN+ na atualidade, se inseriu e moldou o status quo desse brinquedo popular.