CAPACIDADE FÍSICA MÁXIMA DE RATOS WISTAR ADAPTADOS E NÃO ADAPTADOS À ESTEIRA MOTORIZADA

TANES IMAMURA DE LIMA

Co-autores: ALINE COLARES CAMURÇA DOS SANTOS, ELITHA GARDENIA PAULINO SOUTO, JÉSSICA BEZERRA ARAÚJO, PHABLO SÁVIO ABREU TEIXEIRA e VÂNIA MARILANDE CECCATTO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

O exercício físico realizado em esteira tem sido abundantemente usado nas últimas décadas para estudar respostas comportamentais, psicológicas, bioquímicas, e mais recentemente respostas moleculares ao exercício agudo e ao treinamento de exercício crônico em roedores. O uso da esteira para tal função tem a distinta vantagem entre outros equipamentos utilizados em exercício pela facilidade de se calcular o trabalho realizado pelo animal e pelo controle preciso, tanto da intensidade quanto da duração do exercício em condições experimentais bem definidas. Geralmente 10% dos ratos submetidos ao exercício de endurance se recusam a correr e precisam ser removidos do estudo. Para minimizar o número de ratos "não corredores", inúmeros pesquisadores introduzem os animais em esteiras equipadas com grades de choque elétrico no fundo das raias, entretanto, o estresse crônico gerado por este tipo de estímulo provoca diversos efeitos negativos, repercutindo principalmente no sistema imunológico do animal em experimento. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi investigar a capacidade física máxima de ratos Wistar submetidos a um protocolo experimental de adaptação prévia à esteira motorizada. A presente pesquisa foi realizada sob aprovação do CEUA/UECE, protocolo de n˚ 10030319-6. Foram utilizados 12 ratos machos (Rattus norvegicus) da linhagem Wistar, com idade de 60 dias e peso médio de 190 gramas, provenientes do biotério da UECE e mantidos sob temperatura de 22 a 25 ºC, com ciclo 12 horas claro/escuro, recebendo ração e água ad libitum. Os mesmos foram divididos aleatoriamente em grupo adaptado (n=6) e grupo não adaptado (n=6). O período de adaptação à esteira (Athletic Speed 2, Brasil) do grupo adaptado durou duas semanas, 5 dias por semana, por 5 a 10 minutos diários em velocidades de 0,3 a 0,6 Km/h. Apenas estímulos manuais, leves toques, foram empregados nos animais que apresentaram recusa a caminhada. Os animais do grupo não adaptado foram mantidos em repouso durante as duas respectivas semanas. Após o período de adaptação, todos os animais do estudo foram submetidos a um teste físico de esforço máximo em esteira. A determinação do estado de exaustão do animal foi caracterizada como a inabilidade de continuação do exercício, apresentando incapacidade de movimentar as patas traseiras e inclinação do quadril apesar dos estímulos empregados. A comparação das médias dos grupos experimentais foi realizada por meio do teste T (P< 0,05). A média da velocidade, em km/h, de exaustão do grupo adaptado se mostrou significantemente maior (27.56 ± 0.79) em relação aos animais não adaptados (22.95 ± 1.88), (P<0,05). Conforme estudos prévios de outros autores, os volumes e intensidades utilizados no período adaptativo, não são capazes de gerar adaptações fisiológicas associadas à performance, dessa forma, sugere-se que a maior capacidade de corrida dos animais adaptados foi ocasionada pela familiarização do animal ao equipamento e ao manuseio do pesquisador. Conclui-se que a adaptação prévia se mostrou eficiente para tornarem ratos Wistar proficientes à corrida em esteira motorizada. Ainda, a não utilização de estímulos aversivos indica que possivelmente animais adaptados respondem bem ao exercício sem a necessidade do uso de choque elétrico, implicando diretamente no bem estar do animal em estudos com exercício experimental.