EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA PERSPECTIVA INCLUSIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JOSÉ CÍCERO CABRAL DE LIMA JÚNIOR

Co-autores: JOÃO MÁRCIO FIALHO SAMPAIO, RAUAN MACÊDO GONÇALVES e PAULO ROGÉRIO BARBOSA DO NASCIMENTO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 

A educação inclusiva é um desafio para as escolas de ensino regular, haja vista sua maioria não estar preparada para atender pessoas com necessidades educativas especiais, no que diz respeito às estruturas físicas, materiais didáticos e corpo docente capacitado que possa desenvolver diferentes estratégias, planejamentos e metodologias adequadas que supram as peculiaridades presentes nesse público. Entretanto, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a educação especial deve iniciar na educação infantil, a qual se destina as pessoas com deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas habilidades, tendo como finalidade preparar o indivíduo para o convívio social, mercado de trabalho e ganho de conhecimento científico. O presente trabalho tem como objetivo apresentar ações utilizadas em um estágio supervisionado na educação infantil que possibilitaram a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais em aulas de educação física. Trata-se de um relato de experiência, de abordagem qualitativa e caráter exploratório, realizado mediante vivência dos acadêmicos de Educação Física durante estágio supervisionado, em um Centro de Educação Infantil (CEI), localizado em Crato-CE, durante os meses de agosto e setembro de 2015, comportando 60 sujeitos de estudo com idades entre 04 e 05 anos, abrangendo, dentre eles, alunos com necessidades educativas especiais. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a observação participante, a fim de verificar o nível de habilidades e/ou limitações apresentadas pelos alunos, para selecionar, organizar e aplicar atividades de acordo com o desenvolvimento da turma. Trabalhou-se com atividades inclusivas e de socialização para promover envolvimento e comunicação entre os alunos, sendo ensinadas através do método parcial e, organizadas dos passos mais elementares para os mais complexos, visando à realização e aprendizagem de todos os alunos em igualdade de condições. Esta metodologia possibilitou a participação de todos os sujeitos na aula, de acordo com suas capacidades, havendo, portanto, não somente a inserção dos que possuem necessidades especiais e sim sua real inclusão, ou seja, a participação ativa nas atividades de maneira igualitária. A seleção, organização e ensino das atividades por meio do método parcial, proporcionaram ganhos significativos de aprendizagem, tendo em vista que muitos dos alunos que apresentavam dificuldades em atividade simples, ao final do estágio, realizavam atividades mais complexas, mostrando que um planejamento e ensino bem feito facilita o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos, bem como, melhoria no desenvolvimento motor, cognitivo e social dos alunos, principalmente daqueles que apresentam necessidades educativas especiais. Sobre este aspecto, nota-se a importância de trabalhar a educação inclusiva, tendo em vista que em muitos casos existe a inserção do aluno na escola, mas não sua inclusão. Dessa forma, percebe-se que quando existe um planejamento correto e metodologia adequada os objetivos são alcançados, possibilitando-nos acreditar que é possível a inclusão e que, nesse sentido, poderemos pensar um dia em uma sociedade mais justa e menos preconceituosa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.

AGUIAR, J. S. de; DUARTE, E. Educação inclusiva: um estudo na área da educação física. Rev. bras. educ. espec. v.11 n.2 Marília, 2005.