O SLACKLINE COMO POSSIBILIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

YOKKY YWKY DANTAS DE OLIVEIRA

Co-autores: YOKKY YWKY DANTAS DE OLIVEIRA, WILDEJANE MAIA FIGUEIREDO e JORGE ALEXANDRE MAIA DE OLIVEIRA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

A educação física escolar tem se prendido a prática de modalidades esportivas, como futebol e vôlei, restringindo o universo abrangido pela cultura corporal, o que é resultado de um processo histórico e cultural que esteve presente ao longo de sua inserção no Brasil. Considerada essa realidade, a proposta do PIBID do Curso de Educação Física - CEF/CAMEAM/UERN, desenvolvida na Escola Estadual Teófilo Rêgo, em Pau dos Ferros-RN, constitui-se como uma estratégia para minimizar a ênfase em um ou poucos saberes. Dentre suas ações, propôs abordar o conteúdo "esporte de aventura" e que culminou no trato de uma modalidade deste tipo de esporte, o slackline. Esta foi desenvolvida com alunos do 7º ano do ensino fundamental II. Marinho e Schwartz (2005) destacam que as atividades de aventura consistem em diversas práticas esportivas que propiciam momentos de lazer, com características diferenciadas das tradicionais. Pereira et al. (2008) acrescenta o significativo valor cultural/social desses esportes na vida dos praticantes. Slackline é considerada uma atividade que envolve o deslocamento em equilíbrio sobre uma fita de nylon, praticada em diferentes locais (POLI, SILVA & PEREIRA, 2012). Para realização dessa estratégia, foi solicitado aos alunos uma pesquisa sobre o slackline, a fim de proporcionar um conhecimento prévio sobre este conteúdo. Em outra aula, houve a discussão sobre os saberes pesquisados e após, realizou-se uma aula de campo com o slackline. Identificamos efetiva participação nas atividades, desde a sala de aula até a vivência do slackline. Pudemos perceber avanços em relação a superação da perspectiva tradicional de ensino na Educação Física, muito pautada na reprodução de gestos técnicos. Primeiro porque, ao possibilitar o aluno pesquisa sobre certos saberes, destitui do professor da posição de ser exclusivo da verdade. Houve uma maior participação dos alunos nas discussões, mas ainda longe de alcançar a totalidade dos alunos. Durante a vivência, houve inicialmente, uma baixa participação. Parecia haver muita inibição, a qual, pouco a pouco foi superada, de maneira que todos participaram. Os alunos foram instigados a superar seus medos, mas sempre considerando de seus limites, havendo acompanhamento para evitar quedas. Oportunizou-se a vivência da cooperação e responsabilidade com o outro, em que, enquanto um aluno atravessava, outros dois cuidavam de sua integralidade. Vale destacar que os alunos eram constantemente instigados a expressar seus sentimentos, medos, dificuldades, mas procurando-se incitá-la a superá-los. Por fim, a atividade constituiu-se como um momento bastante efetivo, em se tratando das aprendizagens relativas ao equilíbrio, mas também e principalmente, ao respeito pelos limites individuais, do outro e da aquisição de autonomia para uma melhor atuação enquanto sujeito na sala de aula.