O SER QUE REFLETE, QUE DESCOBRE E SE DESCOBRE

MARCOS CÉSAR RIBEIRO DA SILVA

Co-autores: CARLOS, JOSÉLIA MARIANA SILVA, CÂMARA, HELDER CAVALCANTE e OLIVEIRA, FRANCISCO VIEIRA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 

A Educação Física tem a importante função de contribuir para a formação integral do aluno. Envolve a aprendizagem de práticas e saberes, mas também de comportamentos que conduzam a aquisição da autoria de si mesmo para refletir e agir, concordar e refutar, pensar e sentir. Neste sentido, torna-se muito difícil o alcance desse "aprender" se não houver práticas reflexivas, bem como as que permitam a compreensão de si mesmo. Essa necessidade é uma das óticas abordadas pelo PIBID do Curso de Educação Física - CAMEAM/UERN. Partindo das obras de Krishnamurti (1976) e Barbosa et al (2000), que caminham no sentido de que a escola promova ou permita aos alunos o acesso a diferentes saberes, a descoberta do seu "eu" e a condição de autorizar-se. Considerando essa ótica e bem como a identificação de que na escola, em que atuamos como monitores, alguns alunos não participavam das aulas práticas, fomos instigar a implementar uma prática que contribuísse para quebra do conceito que a aula de Educação Física tem como centro o esporte puramente técnico, bem como a inserção de atividades que pudesse ampliar o olhar dos alunos, inclusive para si mesmos. Visão essa que caminha na perspectiva adotada por Barbosa et al. (2000) fala que as disciplinas deveriam promover a pluralidade, a formação de todos e não com a parte. Procurou-se, assim, estimular uma ação mais autônoma e ativa dos alunos, de modo a perceber as práticas na Educação Física que realizar, identificando-as não como "coisas" que findam em sua realização, mas que estão eminentemente relacionadas ao dia a dia dos sujeitos que as praticam. Buscou-se também possibilitar uma visão de si mesmo, enquanto sujeito que se faz em sua historicidade. Partindo dessa premissa, realizou com os alunos testes de capacidades físicas, todavia, essa ação não se limitou a classificar ou quantificar. Procurou-se conduzir o aluno a refletir sobre o que fez, sobre as capacidades físicas envolvidas e as demandas que exigem e que estão presente no dia a dia. Os resultados foram, portanto, alvo de reflexão, de modo que os alunos puderam identificar potencialidades, limites e possibilidades para melhoria dos resultados. O cotidiano emergiu como influenciador dos resultados, não sendo somente fruto de qualidades individuais. Após esses momentos, foi apresentado vídeo, músicas e poesias, a fim de identificar nesses recursos a presença de um sujeito que carrega uma história. Dada essa sensibilização, propôs-se aos alunos a escrita de suas histórias de vida, a fim de permitir um olhar para si mesmos. A compreensão dos percursos formativos é uma maneira de olhar para "quem eles são" e "como se tornaram que são hoje". Os resultados foram obtidos com base nas Histórias de vidas escritas permitiram identificas sonhos, sentimentos, comportamentos e a apresentação de fatos marcantes na história deles. Estes que consubstanciam e nutrem a caminhada em seu cotidiano, seja ela em ambiente escolar ou não.