É sabido que a escola é o principal meio fomentador de uma educação sistematizada que tem por finalidade formar cidadãos através de sua práxis. A saúde, que é essencial para a vida humana, é uma esfera que deve permear o meio educacional e que deve ser discutida em todas as disciplinas que compõe o currículo escolar. Os docentes de Educação Física, como principal ator no âmbito da saúde dentro da escola, devem potencializar a práxis da saúde em suas diversas formas nas aulas, a fim de promover uma educação física de qualidade. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar o trato pedagógico da saúde na interface curricular nas aulas de Educação Física Escolar do 1º ano do ensino médio numa Escola Estadual Profissionalizante em Canindé - CE. O estudo se caracterizou por uma investigação empírica de abordagem qualitativa caracterizada por uma pesquisa documental, e foi realizado em uma escola profissionalizante, cuja coleta de dados deu-se pela análise documental no Plano de Curso do 1º ano da disciplina de Educação Física. Os dados foram analisados e interpretados a partir da análise de conteúdo. Apreendendo a realidade do Plano de Curso do 1º ano, notou-se que os objetivos trazidos fazem alusão da saúde como dimensão de cuidado físico e sua relação com os padrões adotados. Deste modo, percebemos um estreitamento de pensamento pedagógico sobre a saúde de valorização do cuidado ou estado físico, sem relação direta ou extrínseca com a perspectiva de uma integralidade corporal. Assim, presencia-se um currículo uma tendência a saúde em uma perspectiva biologicista. Apreendeu-se, portanto, que o currículo formal do 1º ano traz direcionalidade para o pensamento de saúde ainda reducionista, estreitado ao paradigma da Aptidão Física e Saúde, de cunho fortemente biológicista.