LAZER, EDUCAÇÃO E RELAÇÕES CORPORAIS NA ESCOLA

LUCIENE FERREIRA DA SILVA

Co-autores: LUCIENE FERREIRA DA SILVA, MARIANA DE OLIVEIRA STEHLING e LETÍCIA PASTRELLO CONTE
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

LAZER, EDUCAÇÃO E RELAÇÕES CORPORAIS NA ESCOLA

Mariana Stehling[1]

Luciene Ferreira da Silva[2]

Letícia Pastrello Conte

                Na escola, a convivência entre os alunos se apresenta com manifestações de violência, intolerância e dificuldade de aceitação nas formas coletivas do relacionamento dos grupos. O desenvolvimento de relações mais amistosas e socioafetivas entre os corpos, na infância e adolescência são de fundamental importância para o desenvolvimento humano. As brincadeiras, os jogos, o componente lúdico da cultura, pode facilitar a materialização deste objetivo sociocultural. (HUIZINGA, 2014). A quase que completa exclusão do lúdico da infância, dentro e fora da escola, gera problemáticas ligadas à obtenção de informações elementares referentes à própria criança e às outras colegas de jogo, pois o jogar só é possível com intensidade de sensações, na interação com os colegas ou não, enriquecida com as variadas linguagens, incluindo a corporal e da formação moral (FRIEDMANN, 1996; GONÇALVES, 1994). Este estudo teve como objetivo investigar a problemática do empobrecimento das relações corporais na escola, considerando as vivências de lazer e a educação na escola. É de natureza quanti qualitativa e consistiu em pequisar vivências acerca do lazer e educação com estudantes do Ensino Fundamental. Foi utilizada pesquisa exploratória, a qual "[...] têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses" (GIL, 2002, p. 41). A pesquisa ocorreu em uma escola pública em Bauru-SP, no Ensino Fundamental I, com crianças dos primeiros aos quintos anos. Durante o ano de 2017, duas vezes por semana foram desenvolvidas vivências corporais lúdicas. Participaram 250 estudantes com os quais se realizou a coleta de dados por meio de entrevista estruturada na forma de um brinquedo de pintar, com todos os jogos e opção de "emojis", que consistia em três figuras, uma feliz em relação à prática realizada, uma triste para o aluno que não gostasse e uma sem expressão, quando fosse indiferente. Durante a análise, foi observada a predominância assinalada para cada jogo dos 179 alunos participantes.

Quadro 1- Síntese das respostas dos estudantes sobre a satisfação, insatisfação ou indiferença.

Vivência/Jogo

Pega-pega

162

7

10

Patinho feio

91

54

34

Elefantinho colorido

133

22

24

Batata quente

118

29

32

Behenzibolhu

125

16

38

Queimada

149

17

13

Adoleta

99

37

43

Telefone sem fio

138

26

15

Barra Manteiga

121

24

34

Acorda oncinha

123

24

32

Jogo do manequim

129

25

25

Jogo do espelho

134

19

26

Limbo

129

19

31

Mimica

139

18

22

Alerta

136

22

21

Competição de estafeta

121

26

32

Fui à feira e levei...

115

32

32

Por meio dos questionários, as crianças demonstraram gostar dos jogos e estes facilitaram e estimularam relações amistosas e contato corporal intenso, que serviu para melhoria nas relações interpessoais entre eles, dentro e fora da sala de aula, contribuindo para a vivência de experiências corporais, sensíveis e imediatas com o mundo.

REFERÊNCIAS

FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender-o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 2001.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: 2002.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2014.

GONÇALVES, M. A. S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. Campinas: Papirus 1994.

 


[1] Discente, Depto. de Educação Física, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho FC/UNESP.

 

[2] Docente, Depto. de Educação, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - FC/UNESP.