APROXIMAÇÕES ENTRE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA REFLEXIVA E COLABORATIVA

EMMANUELLE CYNTHIA DA SILVA FERREIRA

Co-autores: EMMANUELLE CYNTHIA DA SILVA FERREIRA, LIANA LIMA ROCHA, LUIZ SANCHES NETO, LUCIANA VENÂNCIO, RAFAEL ALEXANDRE BRASIL, AMANDA TAIANE CORREIA DE OLIVEIRA e GABRIEL PIRES INOUE
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Um problema no campo da educação física escolar relaciona-se aosprocessos de formação inicial e continuada deprofessores(as),ainda sobinfluência da racionalidade técnica (KUNZ, 1995). O potencial do cotidiano escolar é desconsiderado em detrimento do conhecimento científico elaborado por especialistas, sem a devida compreensão da complexidade dos contextos escolares (TARDIF, 2014). Assim, configuram-se iniciativas descontextualizadas de formação, caracterizadas por modos passivos de treinamento ao invés de espaços formativos críticos (VEIGA; AMARAL, 2012). Por isso, refletir a partir de olhares críticos faz-se necessário para a transformação dos contextos educacionais formais da educação física no Brasil. Este estudo teve o objetivo de identificar pontos de aproximação entreprofessores(as) em formação continuada e estudantes em formação inicial na educação física. Foi desenvolvido durante seis meses no âmbito do grupo de pesquisa "saberes em ação", vinculado ao IEFEs-UFC, e orientado metodologicamente em duas fases com pressupostos qualitativos e registros narrativos (CUNHA, 1997). Quatro estudantes e quatro professores(as) participaram da primeira fase, registrando reflexões sobre situações da prática educativa. Na segunda fase, os(as) participantes compartilharam o processo de análise crítica dos registros, buscando identificar aspectos convergentes e divergentes. A fundamentação teórica situou-se na noção de "demandas ambientais" na dinâmica curricular da educação física escolar, na qual vislumbra-se cada aluno(a) como ser-no-mundo físico e natural, social e político, histórico e geográfico, estético e filosófico, virtual, administrativo e econômico (SANCHES NETO et al., 2013). Os resultados apontaram que houve convergência plena somente nas demandas físicas e naturais, que foram contempladas nos registros de todos(as) participantes. Destacamos, portanto, que houve preocupação com questões específicas de cada ambiente de aula; porém, o sentido dessas demandas como conteúdos de ensino pareceu difuso na intervenção de cada professor(a) e estudante. Consideramos que a aproximação reflexiva, desenvolvida de forma colaborativa, apresenta-se como um canal viável para possibilitar um intercâmbio de experiências significativas à formação inicial e continuada. Concluímos que essa dupla ação (reflexiva e colaborativa) promove: curiosidade perante práticas inovadoras, aprendizagem de alternativas metodológicas, diversificação de recursos didáticos, compreensão de espaços para além da escola e conteúdos que agregam perspectivas de adaptação e de transformação, configurando-se como uma forma de ampliação das possibilidades pedagógicas para fomentar autonomia e emancipação nos processos formativos.

 

Palavras-chave: formação inicial, formação continuada, colaboração, demandas do ambiente, experiências.

 

REFERÊNCIAS

CUNHA, M. I. Conte-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino. Revista da Faculdade de Educação, v.23, n.1-2,jan./dez. 1997.

KUNZ, E.A relação teoria/prática no ensino/pesquisa de educação física. Motrivivência, v.1, n.8, pp.46-54, 1995.

SANCHES NETO, L. et al. Demandas ambientais na educação física escolar: perspectivas de adaptação e de transformação. Movimento, v.19, n.4, pp.309-330, out./dez. 2013.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis-RJ: Vozes, 2014.

VEIGA, I. P. A.; AMARAL, A. L. (Orgs.) Formação de professores: políticas e debates. Campinas-SP: Papirus, 2012.