Brincar é algo natural das crianças. Durante essa ação elas se comportam como se estivessem em um grande canteiro de obras, onde elas mesmas são os mestres de obras, que estão construindo suas identidades. Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social. O presente trabalho tem como objetivo identificar as brincadeiras preferidas das crianças, de acordo com a faixa etária e o gênero. É uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo e de campo, com corte transversal. A coleta de dados aconteceu na Praça São Francisco, durante o projeto de extensão VII Brinca Criança. A amostra foi composta por 261 crianças, sendo 116 do sexo feminino e 145 masculino. Os dados foram coletados através de um questionário, organizados em planilhas e analisados em gráficos e quadros. Assim, identificamos que no grupo de 2 a 5 anos os meninos preferem pega-pega e carrinho, enquanto as meninas preferem bonecas reproduzindo a imagem materna, mas ambos os gêneros também citam jogos populares. No grupo de 6 a 10 anos mudam algumas preferências para os meninos, pois surge o futebol e o vídeo game em primeiro lugar, enquanto para as meninas a boneca continua em primeiro lugar, acompanhada pelo esconde-esconde. Nessa faixa etária, ambos os sexos citam brincadeiras práticas, jogos populares e esportivos. Já na faixa etária dos 11 aos 15 anos, a preferencia dos meninos continuam as mesmas, sendo futebol e vídeo game, enquanto para as meninas a preferência muda, saindo à boneca, sendo substituída por jogos esportivos. Estes resultados estão de acordo com os resultados encontrados na pesquisa de Gomes (2011), realizada em Fortaleza e região Metropolitana e com o trabalho de Teixeira (2016), realizado na Cidade de Caridade-Ce. Onde os três apresentam resultados semelhantes, apontando o esconde-esconde, pega-pega, futebol e João trepa como sendo umas das mais citadas, independente do gênero e da idade. Em uma análise geral das brincadeiras, caracterizamo-las de acordo com a participação do gênero por meio do índice de Preferência Sexual, identificando que entre os meninos surgem apenas 3 brincadeiras típicas, enquanto entre as meninas surgem 8. Os resultados da pesquisa DA Conceição Silva (2006), corroboram com estes resultados, apresentando apenas duas brincadeiras tipicamente homogênea de gênero. De acordo com as brincadeiras favoritas citadas, cerca de 90% são brincadeiras práticas, vivenciadas nas ruas. Concluímos que mesmo com a evolução e a modernidade as crianças continuam marcando presença nas ruas, brincando e repassando seus conhecimentos populares das brincadeiras para as gerações mais novas.
Palavras Chave: Crianças, Brincadeiras, Cultura Popular.
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Sumus, 1984. - (Novas buscas em educação; v. 17)
BROUGÉRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTO, DA CONCEIÇÃO SILVA, Lúcia Isabel et al. Diferenças de gêneros nos grupos de brincadeira na rua: a hipótese de aproximação unilateral. Psicologia: reflexão e crítica, v. 19, n. 1, 2006.
GOMES, Daniel Pinto. Notas sobre jogos infantis fortalezenses / Daniel Pinto Gomes. - Recife: Imprima, 2016.
TEIXEIRA, A.F.F. Jogos Populares Infantis em Caridade-CE. Monografia, IFCE, 2016.