NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E FATORES ASSOCIADOS EM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E O PAPEL DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NESSE CONTEXTO

TATIANA VIEIRA CAVALCANTE LIMA

Co-autores: EDUARDO CIPRIANO CARNEIRO
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Esta pesquisa versa sobre o nível de atividade física e os fatores associados em pessoas com deficiência intelectual, evidenciando o papel das aulas de Educação Física nesse contexto. A possibilidade de um indivíduo ou comunidade ser ativo fisicamente é influenciado por fatores individuais e ambientais. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é analisar o nível de atividade física e fatores associados (individuais e ambientais) em pessoas com deficiência intelectual no Instituto Moreira de Sousa, destacando em que medida as aulas de Educação Física podem influenciar na melhoria desse nível de atividade física. A metodologia de investigação é caracterizada em quantitativa e descritiva e se deu através da aplicação de um questionário aos alunos do Instituto, referência no atendimento de pessoas com deficiência intelectual e déficit de atenção e de desenvolvimento na cidade de Fortaleza. A amostra, definida de forma aleatória, foi constituída por 10% da população total (250 alunos), 25 sujeitos de ambos os sexos. O questionário utilizado foi elaborado por Farias Junior (2010), composto por perguntas baseadas em escalas, sobre informações sócio demográficas, sobre percepção da saúde, questões sobre o nível de atividade física dos pais e dos amigos, auto eficácia, sobre o ambiente, apoio social, tempo de uso de aparelhos eletrônicos, perguntas sobre atividade física, bem como a participação nas aulas de Educação Física. Os resultados foram agrupados e categorizados, sendo feita análise do tipo descritiva, apresentados em percentual seguindo as tendências das respostas dos questionários, através de figuras. Em relação aos fatores individuais, 62,4% acreditam ser capazes de praticar atividade física na maioria dos dias da semana, 52% consideram sua saúde boa e 40% estão em situação de sobrepeso. Sobre os fatores macro ambientais, 48% encontram-se na classe econômica C2, 57% passam duas horas ou mais em aparelhos eletrônicos e 51% dos sujeitos não percebem o ambiente à sua volta propício para a prática de atividade física. A respeito dos fatores micro ambientais, 55% dos indivíduos da pesquisa nunca receberam ou raramente recebem apoio social e 57% dos pais e amigos não praticam atividade física. Acerca da participação dos alunos nas aulas de Educação Física, todos os alunos fazem uma aula por semana, entre esses, 28% tem as aulas de Educação Física como única prática de atividade física. Sobre o nível de atividade física, 72% praticam atividade física, no entanto, somente um indivíduo atingiu as recomendações mínimas de 300min/semana. Através da pesquisa, pode-se concluir que o nível de atividade física dos alunos do Instituto Moreira de Sousa é baixo, caracterizando-os como insuficientemente ativos. Os fatores associados que mais influenciaram o baixo nível de atividade física dos alunos foi o fator emocional preguiça, o excesso de tempo destinado ao uso de aparelhos eletrônicos, a falta de ambiente favorável à prática e a ausência de apoio social. Diante dessa constatação, infere-se que as aulas de Educação Física podem influenciar esse resultado, uma vez que um dos objetivos das aulas é preparar o aluno para ser um praticante lúcido e ativo. Para isso é necessário medidas que facilitem o aumento do nível de atividade física habitual, como aumentar a quantidade de aulas de Educação Física na semana, aumentar a duração das aulas e assegurar a participação desses alunos.