O presente artigo tem como objetivo destacar as contribuições da vertente pedagógico-terapêutica do processo de ensino-aprendizagem calcado em João dos Santos, inspirando-se em Decroly, Sèguin e Itard. Isto posto, encarregou-se de estudar e avaliar o tratamento das perturbações emocionais e do comportamento na infância e na adolescência. O desenho metodológico para esta investigação, ocorreu mediante abordagem qualitativa calcada em pesquisa bibliográfica. À rigor, toda a obra de João dos Santos é inseparável da vida, pois com estímulos adequados à criança é possível que ela desenvolva-se cognitiva, cultural, social e biologicamente. Nesse prisma, forma-se e se educa em si própria, sendo a educação um processo de vida e só vivendo realiza-se. Nessa acepção, sustentamos que essa perspectiva corrobora os estágios psicossociais em que o desenvolvimento da pessoa está presente durante a vida inteira, inclusive na própria idade adulta e velhice. No que tange à temática do desenvolvimento da criança e de políticas de inclusão demarcamos em sua fala que educação é vida, entendendo que a psicanálise pode interpretar os fenômenos educativos, todavia não os deve orientar. Com efeito, reconhecemos a relevância das teorias pedagógicas, visto que são elas que dão suporte à práxis pedagógica, sendo a formação ampla tida como pré-requisito para atuação nessa seara. Indubitavelmente, João dos Santos bebeu na fonte da teoria psicossexual de Freud e na afetividade de Wallon. Outrossim, as teorias maturacional de Gesell e os estágios de desenvolvimento de Piaget corroboram para a construção de uma linha de psiquiatria infantil, confirmando essa lógica da pedagogia terapêutica como modalidade em que a arte de curar e a arte de educar intercruzam-se. Por esse ângulo, os conhecimentos de psicologia são indispensáveis para que haja uma educação de qualidade e comprometida com a libertação e respeito às singularidades e idiossincrasias, inclusive para pessoas com necessidades educacionais específicas. À vista disso, frisa-se que a operacionalização da Pedagogia Terapêutica pretende realizar um mecanismo simbiótica, por meio da relação mútua e interdepende, pois a psicologia deve enriquecer-se com a experiência pedagógica e vice-versa. É sólido que João dos Santos sustenta que a Pedagogia Terapêutica, recorrendo à experimentação poderá proporcionar aulas férteis, eliminando o tédio e a frustração. Sumariamente, aduz-se que os problemas de ordem emocional dos educandos deverão ser tratados pelos docentes, mediante uma pedagogia terapêutica calcada na comunicação, inserindo a criança em um conjunto de atividades em grupo com aprendizes que podem estar na mesma fase de comunicação. Portanto, defende que o processo de aprendizagem está pautado em etapas de comunicação. À rigor, o público para quem se destina a Pedagogia Terapêutica poderá ser qualquer aprendiz com potencial intelectual para aprender a relacionar-se, integrando-se do ponto de vista pessoal, escolar e social. Além disso, quaisquer crianças com impulsividade, agitação, instabilidade, agressividade e/ou inibição da comunicação constitui alvo de intervenção da proposta joanina